Setecidades Titulo Educação
Santo André fará concurso
público para docentes

Meta da Prefeitura é contratar 600 professores neste ano,
a fim de suprir contratos que vão vencer no mês de julho

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
23/02/2013 | 07:00
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A Prefeitura de Santo André tem prazo aproximado de cinco meses para viabilizar a realização de concurso público com 1.000 vagas e efetuar a contratação imediata de 600 professores. Isso porque o contrato emergencial desses docentes, feito em 2012, expira até julho.

O número de vagas oferecidas no processo seletivo precisa ser maior que a demanda, pois muitos professores aprovados não assumem o cargo. Os outros 400 selecionados serão incorporados conforme a necessidade, como explicou o secretário de Educação andreense, Gilmar Silvério, em entrevista ao Diário.

Silvério destaca que atualmente a necessidade de educadores efetivos é o principal problema da rede de ensino. "Estamos trabalhando junto com as secretarias de Gabinete e Administração para que possamos abrir imediatamente o concurso para selecionar 1.000 professores ainda neste semestre. Caso não haja tempo hábil, a alternativa será apelar para plano B, ou seja, a realização de novo contrato emergencial."

A rede de ensino conta atualmente com 3.000 profissionais divididos entre Educação Infantil (creche e pré-escola), Educação Fundamental e EJA (Educação de Jovens e Adultos). Em janeiro de 2012, a gestão anterior abriu concurso com 1.137 vagas para educador, porém, apenas 60 profissionais foram contratados, segundo o secretário. Com isso, houve necessidade de contratação emergencial por um ano, com possibilidade de prorrogação por seis meses. "O problema do professor temporário é que a gente investe em formação, mas quando acaba o contrato, perde o profissional capacitado."

Outra dificuldade é a questão do Orçamento da Pasta, que está enxuto neste ano. Dos R$ 343,4 milhões previstos, cerca de 60% são gastos com pessoal, ou seja, servidores, professores e gestores. "Estamos estudando o Orçamento para saber o quanto podemos investir na manutenção das escolas e outros projetos."

A previsão é construir, ao longo dos quatro anos de governo, dez creches na tentativa de absorver a demanda de 3.000 crianças com idade entre zero e 3 anos em fila de espera. A secretaria realizará levantamento de áreas disponíveis para a construção e apresentará projetos ao governo federal por meio do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento 2). Entre as áreas prioritárias, o secretário destacou a região Sul, que inclui Vila Luzita, Jardim Guarará e Cata Preta.

Está nos planos ainda a retomada das obras de ampliação da Emeief Vila Marina, paralisada desde agosto, e do Cesa Parque Andreense. Ambas estavam com pagamentos atrasados com as construtoras e, por isso, foram paralisadas. "Herdamos essas dívidas e tivemos que arcar com as despesas em janeiro."

Valorização do projeto pedagógico é aposta

A valorização do PPP (Projeto Político Pedagógico) de cada escola está entre as prioridades do secretário Gilmar Silvério em Santo André. Segundo ele, o documento, por vezes engavetado, é primordial para garantir a identidade da unidade de ensino.

"As escolas devem ter liberdade para pensar a questão didática levando em conta a realidade da comunidade em que estão inseridas", afirma. Para compor esse processo, o secretário destaca a necessidade de formar professores e gestores continuamente e de acordo com a realidade da sala de aula, além do envolvimento da família no processo de aprendizagem como coautores. Outra preocupação é o entendimento pelos gestores de que cada aluno merece tratamento individualizado.

Outra tarefa dessa gestão será melhorar a qualidade do ensino, tendo em vista que o município não atingiu sua meta no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2011. A cidade obteve nota 5,4 entre estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental. A meta era de 5,5. "Acendeu uma luz amarela, mas não podemos nos desesperar."

O secretário acredita que a adesão do município ao Pacto Nacional para Alfabetização na Idade Certa, do governo federal, feita no ano passado, será fundamental no processo de melhoria da qualidade do ensino. O acordo prevê que todos os estudantes devem saber ler, escrever, interpretar textos e calcular até os 8 anos, ou seja, até o 3º ano do Ensino Fundamental. "Com esse pacto se interrompe ciclo nacional de alunos que chegam ao 9º ano com dificuldade de leitura."

Na segunda-feira começa a primeira etapa do pacto, com a formação de 17 orientadores de estudos da rede andreense, que serão multiplicadores para os demais 480 professores que atendem alunos dos três ciclos do ensino.




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