Economia Titulo Sindical
Patrões de TI pedem
fim das negociações

Sindicato dos trabalhadores entende que acordo
sobre reajuste salarial será nos tribunais

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
01/02/2014 | 07:09
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Os empresários desistiram de chegar a um acordo em relação ao reajuste salarial dos trabalhadores de TI (Tecnologia da Informação) com o Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo). Ontem ocorreu a quarta rodada de negociações entre as partes. E para a entidade, a hipótese mais coerente será acionar a Justiça do Trabalho.

“O que eu posso dizer é que, se depender da situação de hoje, nós vamos decidir a campanha salarial no tribunal. E o sindicato já está preparado para isso”, garantiu o presidente do Sindpd, Antonio Neto.

A categoria é formada por 110 mil profissionais no Estado de São Paulo. No Grande ABC, são 16 mil.

Ontem, na mesa de negociação, os patrões apresentaram nova proposta. Reajuste salarial de 6,5% e de 6,7% para os pisos, incrementos de 0,3 ponto percentual sobre as últimas ofertas (de 6,2% e 6,4%, respectivamente) da terceira rodada, que tinham sido negados pelo sindicato.

“Isso dá menos do que 1% de aumento real (acima da inflação)”, criticou Neto. A entidade trabalha com base no ICV-Dieese (Índice do Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que acumulou alta de 6,03% em um ano.

Em contrapartida, o Sindpd pediu que o reajuste salarial fosse de 8,8% para todos (contra 10,09% pedido anteriormente). “Todos os janeiros os empresários se mostram com uma previsão pessimista. Mas sempre argumentamos que eles devem avaliar o desempenho do setor dos 12 meses anteriores. O setor cresceu no ano passado 12%, enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) está previsto para 2,5%. Mas eles insistem em olhar para frente”, explicou Neto.

O presidente do sindicato destacou ainda que o entendimento dos trabalhadores é de que os empresários não querem gastar mais dinheiro. “Eles alegam que o reajuste menor abrirá caminho para mais contratações. Mas o setor está com alto deficit de mão de obra. A gente está chegando à conclusão de que eles estão desrespeitando os trabalhadores, que são os que trazem os resultados”, criticou.

Sem identificar como viável a contraproposta dos trabalhadores, os patrões decidiram encerrar as negociações. “Na segunda-feira, nós vamos reunir a diretoria do sindicato e estudar os próximos passos. Depois vamos conversar com o nosso departamento jurídico, nos reunir com as regionais e, na próxima semana, provavelmente convocar assembleia para definir o rumo”, disse.

Como não há distinção por área, os reajustes e pisos são os mesmos para os paulistas. O salário médio da categoria, hoje, é de R$ 2.500.
 




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