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Soluções caseiras e identificadas
Por Dérek Bittencourt
29/03/2022 | 01:29
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O Santo André confirmou o treinador e o primeiro reforço para o Campeonato Brasileiro da Série D. Com orçamento limitado para a disputa do Nacional, preferiu apostar na identificação e na solução caseira. Assim, confirmou o auxiliar José Carlos Palhavan como técnico e repatriou o zagueiro e xerifão Samuel Teram. Ambos conhecem bem o clube e a exigente torcida, esta que aprovou unanimemente o regresso do defensor de 37 anos, mas não foi tão favorável à efetivação do comandante, que está na casa há alguns anos. Eu, particularmente, vejo como acertada a decisão da diretoria em ambos os casos. E acredito que outras peças que tenham familiaridade com o Ramalhão podem chegar nos próxmos dias – afinal, a competição começa em abril. Quanto mais tempo o time iniciar a preparação, pior. Depois, não adianta utilizar como argumento o fato de “ter pouco tempo de preparação”, independentemente de ser uma equipe toda nova, os trabalhos poderiam e deveriam ser iniciados imediatamente, caso a intenção seja mesmo buscar o acesso à Série C.

Li em redes sociais e fóruns alguns andreenses questionando o motivo de o elenco do Paulistão ser integralmente trocado para a Série D. Mas o motivo é bem claro: é inviável financeiramente. Isso porque a CBF dará somente R$ 200 mil para cada clube participante da Quarta Divisão – o vizinho São Bernardo FC, que estará na disputa, também terá direito à quantia. Este valor, entretanto, não paga nem metade da folha salarial do grupo que disputou o Estadual, que era de aproximadamente R$ 550 mil – valor este condizente somente aos salários dos jogadores, sem contar os da comissão técnica, facilmente pago com a cota de R$ 6 milhões da Federação Paulista de Futebol ao Ramalhão, mas deficitário se levada em consideração a verba da CBF. Além disso, a maior parte do grupo já tem como destinos as séries B e C do Nacional. Alguns, tenho convicção, que podem até ter chance na Série A – o volante Serginho, por exemplo, caberia facilmente em 50% dos times da elite nacional. O próprio técnico Thiago Carpini, que acertou com a Ferroviária para a própria Série D, era paquerado pela Chapecoense, que fechou com Gilson Kleina, mas tinha no ex-ramalhino o seu plano B.

PORTO-RIQUENHA INSPIRADA
O técnico Rafael Chocolate deve ter tido pesadelos com a porto-riquenha Jennifer O’Neill. Isso porque a armadora marcou 29 pontos e foi fundamental para a grande vitória do Sampaio Basquete-MA sobre o Santo André, domingo, no reencontro da equipe andreense com o Ginásio Laís Elena, no Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia, pela Liga de Basquete Feminino. Depois de um primeiro tempo no qual as maranhenses conseguiram ficar ligeiramente à frente do placar, a equipe da casa voltou com tudo e venceu o terceiro quarto por 31 a 17, assumindo a liderança do placar. Mas a centro-americana chamou a responsabilidade para si e, com muita personalidade, comandou a reviravolta a favor do time nordestino que, no fim das contas, venceu por 75 a 71. Independentemente da derrota, ainda acredito que o time do Grande ABC tem totais condições de figurar na parte de cima da classificação. E as representantes do Maranhão também estão entre as favoritas. Aliás, não me surpreenderia se este embate fosse justamente a final da LBF, mas o Santo André precisaria colocar fim a um tabu: desde 2017 não vence o adversário (foram dez jogos no período). A competição está só no começo, mas quem viver, verá.

VIZINHOS COM O MESMO DNA
O Ginásio Noemia Assumpção, no Camilópolis, será palco, hoje à noite, do embate entre Santo André FC x AD São Bernardo, pela segunda rodada do Campeonato Paulista de Futsal. E as equipes têm mais em comum do que muitos imaginam. Veja só. Os andreenses contam, atualmente, com um projeto consolidado, uma equipe bastante competitiva, parceria com a tradicional Intelli, patrocinadores da região e apoio do poder público. Do outro lado, o time são-bernardense está numa situação bastante diferente, em busca de solidificar a agremiação de novo no cenário estadual – isso pouco tempo depois de disputar uma Liga Nacional –, conta com pequenos parceiros/apoiadores, ainda tenta cair nas graças da Prefeitura e segue na ativa principalmente em razão da paixão, da coragem e do poder de convencimento de caras como Luizão e Felipe Piovesan. E o sentimento de amor ao esporte da dupla é o mesmo que move do outro lado o presidente andreense Rodolfo Guedes, que tornou real um sonho e, com muita luta e perseverança serve como exemplo para os vizinhos de São Bernardo. E muito do que se vê do time são-bernardense era justamente o visto no andreense quando começou, com jogadores oriundos do futsal amador. Se outrora Xaropinho e Mancine tinham de conciliar seus empregos em uma metalúrgica com os treinos e jogos pelo Santo André para poderem ter renda, quem atualmente tem de recorrer à dupla jornada é Mazinho, principal nome do São Bernardo e que – coincidentemente ou não – trabalha na mesma empresa de metalurgia onde os rivais desta noite trabalhavam, em Diadema. Não sei qual vai ser o resultado, mas seja como for o futsal do Grande ABC é que ganha com todo essa dedicação ao esporte. 




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