O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, considerou nesta terça-feira pouco provável que o Conselho de Segurança adote sanções ao fim do prazo dado ao Irã para que suspenda o enriquecimento de urânio.

"Acho que o momento de utilizar o instrumento do Conselho de Segurança passou, e considero pouco provável que (as grandes potências) queiram utilizá-lo", disse Ahmadinejad em sua quarta entrevista coletiva à imprensa desde a sua eleição no verão de 2005.

O Conselho concedeu à Teerã um prazo até 31 de agosto para que suspenda o seu enriquecimento de urânio, caso contrário infligirá sanções à República Islâmica. Mas o governo iraniano considera que é tarde demais para ser forçado a abandonar uma tecnologia que afirma dominar.

O presidente iraniano não apresentou sinal algum de que seu país esteja prestes a mudar de posição a respeito desta questão, mesmo sob a ameaça de sanções. "A nação iraniana não se submeterá à ameaça e à intimidação", disse, advertindo que o Irã tomará as decisões necessárias, proporcionalmente às medidas tomadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Ele também considerou implicitamente que China e Rússia poderiam como membros permanentes do Conselho, com direito de veto, não apoiar a adoção de sanções.

Ahmadinejad ainda afastou a possibilidade de negociações a respeito do tema, enquanto que o chefe da diplomacia da UE Javier Solana tenta organizar um novo encontro com o principal negociador iraniano na questão nuclear, Ali Larijani, antes do fim do prazo no dia 31 de agosto.