Política Titulo Diadema
Sindema acusa Lauro de reduzir valores das férias

Entidade diz que Paço de Diadema manobrou para diminuir contracheques de servidores

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
03/02/2018 | 07:00
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Montagem/DGABC


O governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), voltou a entrar em dividida com o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema). Desta vez, a entidade acusa a gestão do verde de manobra para reduzir os valores das férias pagas aos servidores estatutários. O Sindema já avisou que vai entrar na Justiça.

Segundo o sindicato, o Paço diademense modificou a fórmula do cálculo que incide sobre as férias, fazendo com que a quantia final do direito de parte dos funcionários fosse reduzida.

Antes, o abono de um terço de férias dos funcionários era computado sobre a remuneração final do trabalhador, levando em consideração também as horas extras e jornadas suplementares. O Sindema alega que, em dezembro, governo Lauro efetuou o pagamento do abono em cima do salário base dos servidores. Ou seja, excluiu do cômputo as horas extras, encolhendo a remuneração final que o trabalhador recebe quando tira seus 30 dias de descanso.

“A partir do momento em que o servidor tem seu salário elevado por conta das horas extras que faz, ele tem de receber por esse valor e não pela jornada básica”, explicou o presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno.

O dirigente acusou o Paço de promover a mudança de forma arbitrária e sem debate com o funcionalismo. “Eles (Prefeitura) ficaram de nos enviar um parecer jurídico que justifica essa alteração. Isso é inédito aqui em Diadema, nunca aconteceu. (As férias) Sempre foram pagas assim e agora eles arrumam uma desculpa”, emendou Neno. Na avaliação do sindicalista, o procedimento adotado pelo governo Lauro se dá diante do fracasso do Paço em tentar modificar o estatuto dos servidores, no ano passado, em que restringia o acesso a direitos históricos da categoria.

Com gastos com folha de pagamento atingindo a margem de 58% da receita corrente líquida, o Parque do Paço persegue a qualquer custo a redução de despesas com pessoal, a fim de que as infrações à LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) não prejudiquem Lauro politicamente.

O Diário apurou que, em tese, o governo Lauro teria respaldo legal para adotar tal procedimento. Isso porque o estatuto dos servidores não preserva textualmente a fórmula do cálculo utilizada há anos pelo Paço, que leva em consideração as horas extras. A mudança não atingiu os funcionários celetistas porque esse modus operandi é previsto legalmente pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Por outro lado, o Sindema classifica a iniciativa como “retirada de direito” adquirido. Atualmente, são cerca de 6.000 estatutários na ativa, o que equivale a aproximadamente 85% do funcionalismo diademense.

Questionado sobre os motivos da mudança, o governo Lauro não se manifestou. 




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