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Sem acordo, profissionais de TI param
Por Tauana Marin
do Diário do Grande ABC
29/03/2011 | 07:01
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Ari Paleta/DGABC


O primeiro dia de paralisações da categoria de TI (Tecnologia da Informação) do Estado de São Paulo atingiu grande parte do setor, composto por 90 mil profissionais. No Grande ABC a decisão afeta cerca de 15 mil trabalhadores.

O Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores de Tecnologia da Informação) não teve como contabilizar quantas pessoas pararam, apenas que em algumas empresas (do total de 7.800) o funcionamento foi 100% paralisado, como o caso da multinacional Indra - que presta serviço para Telefônica, General Motors, Femsa, Petrobras e Vivo.

Na HP/EDS, unidade Imigrantes, instalada em São Bernardo, a paralisação se confirmou após centenas de funcionários abandonarem seus postos de trabalho e abraçarem a greve. O piquete começou por volta das 7h30. No local há 3.500 profissionais, aproximadamente.

Segundo o sindicato, os seguranças da empresa tentaram impedir a mobilização de diversas maneiras: chamando a polícia, ativando carros de segurança privada.

Os diretores do Sindpd convocaram os trabalhadores com um carro de som e material informativo. Após duas horas de manifestação todo sistema de helpdesk referente ao atendimento da Vale do Rio Doce parou, além de problemas com outros setores da empresa.

A greve foi anunciada na sexta-feira (25) e segue sem prazo determinado. Segundo o presidente do Sindpd, Antonio Neto, os trabalhadores aguardam novas rodadas de negociação.

Desde janeiro (mês da data-base) a categoria tenta acordo com as empresas do setor, mas, nem mesmo com o intermédio do MPT (Ministério Público do Trabalho), houve consenso.

As reivindicações iniciais feitas pelos trabalhadores foram de 11,9% de aumento salarial linear, desenvolvimento de plano de PLR (Participação nos Lucros e Resultados), auxílio-refeição de R$ 15 por dia e ampliação de pisos.

NEGOCIAÇÃO

Na tarde de ontem, os dirigentes estiveram na Prodam, onde foi realizada assembleia para discutir a adesão dos funcionários.

As empresas públicas - como a Prodam e a Prodesp - precisam manter 80% dos serviços. Já as companhias privadas, que prestam serviços essenciais, têm que manter atividade mínima de 60%, de acordo com o Sindpd.

No fim da tarde de ontem, a desembargadora Sônia Maria de Oliveira Prince Franzini marcou nova audiência de instrução e conciliação para hoje, às 13h45.

Frentistas terão nova rodada de negociação na quinta-feira

Outra reunião foi agendada entre o Sindicato dos Frentistas do ABC e os donos de postos de combustível. A rodada de negociação acontecerá na quinta-feira (31), às 15h.

No dia 17, a contraproposta apresentada pelos empresários não foi aceita pelos trabalhadores. "Não era condizente com o que estamos reivindicando", argumenta o presidente do sindicato, Miguel Gama Neto.

CLÁUSULAS

Com data-base em 1º de março, a categoria solicita na campanha salarial deste ano 5% de reajuste real (além da reposição da inflação); PLR (Participação nos Lucros e Resultados) - benefício esse que ainda não foi conquistado -; melhoria do tíquete-refeição (de R$ 8,20/por dia para R$ 12/por dia) e reajuste do piso salarial, de R$ 669 para R$ 800.

 "Esperamos que neste encontro possamos fechar acordo que seja benéfico para ambos. Caso contrário, vamos permanecer em campanha", abrevia Neto.




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