A Câmara de São Bernardo aprovou ontem, por unanimidade, o relatório da CPI do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) que pede a prisão do ex-superintendente da autarquia Valdir Miraglia e que indicou rombo de R$ 100 milhões nos cofres da instituição.

O crivo dos parlamentares ocorreu na última sessão do ano e o teor do texto será enviado ao prefeito Luiz Marinho (PT), ao Conselho Municipal de Saúde, à Promotoria de São Bernardo, ao MPF (Ministério Público Federal), ao Ministério da Saúde, ao TCE (Tribunal de Contas do Estado), ao TCU (Tribunal de Contas da União), à PGR (Procuradoria-Geral da República) e ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

O grupo de servidores que atua na fiscalização do Imasf comemorou o resultado do relatório. “O determinante nesta CPI foi atuação firme dos usuários do Imasf. Não havia vontade política dos vereadores em viabilizar a CPI. Isso porque precisou de uma intervenção de um juiz para fazer a instauração do trabalho”, defendeu o ex-vereador Aldo Santos, um dos integrantes da comissão do Imasf.

Em agosto de 2015, Pery Cartola (PSDB) emplacou pedido para abrir CPI após reunir dez assinaturas de parlamentares. O número de adesões é equivalente a um terço do Legislativo, quórum mínimo exigido pela Constituição Federal para abertura de comissões investigativas. Entretanto, orientados por Marinho, vereadores da base de sustentação travaram avanço da apuração, justificando que o requerimento precisaria receber maioria dos votos. Diante de impasse, Pery acionou a Justiça e conseguiu continuidade da apuração.

Os trabalhos foram iniciados em outubro e tiraram oitivas, além de Miraglia, da atual superintendente, Glória Kono, e o diretor do Instituto Acqua, Ronaldo Querodia, ex-contratado da autarquia. Integraram a CPI, além de Pery, José Cloves (PT, presidente), Julinho Fuzari (PPS, relator) Antônio Cabrera (PSB), Gilberto França (PMDB), Ramon Ramos (PDT), Mauro Miaguti (DEM), José Walter Tavares (PHS), Rafael Demarchi (PRB), Reginaldo Burguês (PSD), Roberto Palhinha (PTdoB) e Marcelo Lima (SD).