O funcionalismo de São Bernardo reclama de descontos no IR (Imposto de Renda), medida adotada pelo prefeito Luiz Marinho (PT) no pagamento de abono, que sentenciou o fim da greve no início do mês, após 22 dias de paralisação.

Presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), Giovani Chagas admitiu alta procura de funcionários descontentes com a tributação e garantiu que já busca medidas judiciais para tentar amenizar os descontos.

“O pagamento acumulado, o vencimento mensal e o abono ultrapassaram a alíquota tributária. Pedi ao setor jurídico do sindicato estudar o caso para averiguar se conseguimos devolução de parte excessiva dos descontos”, afirmou.

Em 13 de maio, os 20 mil servidores cruzaram os braços, após impasse diante da negociação de reajuste salarial do ano. A paralisação seguiu até o dia 3, marcando a maior greve da história do funcionalismo.

O encerramento veio após Marinho garantir que não descontaria os dias parados, além de viabilizar abono de R$ 1.550, sendo uma parte retroativa ao mês de abril, paga neste mês, mais R$ 310, depositados em dezembro. Há também a reposição da inflação dos anos de 2015 e 2016, que será acertada também no ano que vem.

“Não será matéria fácil, mas cabe a nós tentarmos, uma vez que alguns funcionários que estão na classe de tributos em 7% subiram até 27%”, acrescentou Chagas.

Por nota, a Prefeitura informou que o abono é um rendimento tributável, embasado nos artigos 3º e 7º da lei federal 7.713/88, que descreve que “o imposto será retido por ocasião de cada pagamento ou crédito e, se houver mais de um, pela mesma fonte pagadora, aplicar-se à alíquota correspondente a soma dos rendimentos pagos à pessoa física no mês, a qualquer título”.