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Bush admite grave crise financeira e pede ajuda

O presidente norte-americano disse nesta quarta-feira que toda economia dos Estados Unidos está ameaçada

Por Da AFP
25/09/2008 | 00:21
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O presidente norte-americano, George W. Bush, disse nesta quarta-feira, em um discurso à Nação, que a atual crise financeira ameaça "toda a economia" dos Estados Unidos, e pediu o apoio dos democratas para obter uma solução bipartidária.

"Estamos em meio a uma séria crise financeira. Toda a nossa economia está em perigo", disse Bush ao país, lembrando que a atual crise teve origem há uma década, porque os Estados Unidos são seguros e "muito dinheiro entrou no país (...) permitindo que muitos na América tomassem empréstimos".

Segundo o presidente, "o crédito fácil" levou a muitas decisões equivocadas dos tomadores em empréstimos e muitos não conseguiram pagar suas dívidas.

Bush citou especificamente o caso das hipotecas, onde "muitos americanos, decididos a comprar suas casas, fizeram empréstimos", e lembrou que vários tomaram créditos para adquirir casas e vendê-las com lucro, mas quando os preços caíram, ninguém mais pagou as hipotecas, o que atingiu as gigantes do setor Fannie Mae e Freddie Mac.

O presidente destacou que a crise nas hipotecas provocou um efeito dominó e afetou o restante do mercado, com a situação ficando mais grave a cada dia, o que passou a exigir uma intervenção dramática.

Segundo Bush, sua disposição era deixar que os grandes que apostaram quebrassem, mas a situação envolve uma "crise de confiança" que pode afetar toda a economia, com o estrangulamento do crédito, a perda de empregos e o fechamento de muitas pequenas empresas nos Estados Unidos.

O presidente confirmou seu convite ao candidato democrata, Barack Obama, e ao republicano, John McCain, à Casa Branca, para analisar nesta quinta-feira uma "proposta bipartidária" de socorro ao setor financeiro.

Obama e McCain já confirmaram presença no encontro, que terá ainda os líderes dos dois partidos. Em outro trecho do discurso, Bush disse que reconhece a frustração dos que pagaram suas hipotecas em dia, mas destacou que o plano de socorro vai evitar uma situação que afetaria "a todos os americanos".

Sobre um plano estimado em US$ 700 bilhões, o presidente salientou que precisa ser "algo grande o suficiente para resolver o problema", reduzindo o risco, restituindo o fluxo de caixa e fazendo a economia crescer novamente.

Bush estimou que quando a situação se normalizar, os americanos vão pagar suas hipotecas e o dinheiro vai retornar ao Tesouro e ao contribuinte.

O presidente destacou que após resolver a crise, será preciso rever a atual regulamentação e discutir novas leis para modernizar o sistema, com maior controle do Federal Reserve (Banco Central americano) sobre os bancos de empréstimos, e mais atenção sobre Wall Street.

Finalmente, Bush afirmou que o "capitalismo democrático é o melhor sistema" do mundo e destacou que os Estados Unidos estão "diante de um grande desafio", mas que a "história nos mostra que em tempos difíceis", o povo americano "sempre fez o que era preciso".




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