Jovem de 19 anos foi enterrada ontem no Cemitério da Pauliceia; amigos serão ouvidos
Policiais civis do 93º DP (Jaguaré) da Capital iniciaram ontem as investigações sobre a morte da estudante Bruna Barboza Lino, 19 anos, de São Bernardo, ocorrida na madrugada de domingo. Ela caiu em fosso aberto em construção abandonada que pertence ao Instituto Butantan.
A garota estava no 1º ano do curso de Letras na USP (Universidade de São Paulo) e, segundo o registro da ocorrência, saía com mais dez amigos de festa quando decidiram entrar e passar um tempo no prédio abandonado.
Após duas horas, Bruna foi ao banheiro, caminhou no escuro e caiu no fosso onde deveria estar um elevador, de uma altura de quase 30 metros. Os amigos chegaram a socorrê-la, sem sucesso.
A investigação apura quem autorizou a entrada dos jovens no local. Amigos e familiares garantem que um segurança permitiu que Bruna e os demais permanecessem na área e que seria algo normal a presença de pessoas ali.
Durante a perícia, a polícia localizou fitas de contenção ao redor do fosso, inclusive em outros andares.
Em nota, o Instituto Butantan disse que o prédio começou a ser construído há mais de 20 anos, mas que só foi repassado ao órgão há pouco tempo. Afirmou também que a área estará à disposição para a investigação e que mantém muros, grades e cadeados para impedir a entrada de estranhos.
VENCEDORA
Bruna foi enterrada na manhã de ontem no Cemitério da Paulicéia, na cidade onde nasceu e foi criada. A menina morou com os pais até o início do ano na casa da família, no bairro Riacho Grande. Ela tinha cinco irmãs.
Após passar no vestibular da USP, no entanto, Bruna começou a dividir apartamento com amigas no mesmo bairro da universidade e da editora em que trabalhava na central de atendimento.
“Sempre teremos ela como uma vencedora, que lutava pelo que queria e conquistou a sua independência, ganhava experiência, com muita humildade. Vamos guardar para sempre sua euforia e felicidade com o que tinha obtido até aqui”, disse a irmã Bárbara Barboza Lino, 24.
A polícia vai começar hoje a ouvir o depoimento dos dez amigos da jovem que estavam junto dela no momento da queda. Para a família, em hipótese nenhuma os amigos devem ser responsabilizados pelo que aconteceu com Bruna.
“Nossa preocupação é com o bem-estar deles (dos amigos). O gesto deles foi de extrema nobreza. Arriscaram também as suas vidas para poder tentar salvar a dela”, disse Bárbara.
“Perdi um anjo, mas ganhei muitos irmãos, pois é assim que tenho eles agora para o resto da minha vida”, completou a irmã.
A USP divulgou nota em que afirma que prestará solidariedade aos pais, que estavam em estado de choque.
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