Em apenas uma semana o preço do feijão disparou 35% no Grande ABC. Na média, o quilo é encontrado a R$ 4,20. Com isso, o grão tornou-se, novamente (assim como ocorreu no início do ano) o vilão do bolso do consumidor e fez com que a cesta básica amargasse a maior alta do ano, custando R$ 363,06 nesta semana, elevação de 1,51% ou de R$ 5,39 quando comparado ao preço praticado pelos itens na semana passada.

Pesquisa semanal da cesta básica feita pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) aponta ainda que dos 34 produtos pesquisados, 14 registraram valores mais altos do que na semana anterior.

O feijão, que em alguns locais bate a casa dos R$ 7 - e coloca o item como produto de luxo no carrinho de supermercado do consumidor - teve oscilação duas vezes maior na semana do que o segundo e terceiro itens com maior variação: o tomate teve alta de 14% e o café custa 13% mais nesta semana.

"O preço do feijão é o mais alto do ano e só encontra custo igual em março do ano passado, quando tivemos período longo de estiagem", avalia o engenheiro agrônomo e pesquisador da Craisa, Fábio Vezza Benedetto.

Apesar de registrar ligeira queda no período, os custos da carne e do pãozinho também contribuem para manter o valor geral da cesta salgado. O quilo da carne sai em média R$ 15, mas em alguns supermercados do Grande ABC chega a R$ 20.
"A carne de primeira, como coxão mole, por exemplo, está muito cara. Mesmo o frango está alto e não é a melhor opção para substituir a carne vermelha", conta o engenheiro.

Com o trigo em falta no mercado internacional, o que tem salvado o bolso do consumidor na hora de escolher o pãozinho são as promoções. Em alguns lugares o item custa R$ 2,99 o quilo, o que faz com que a variação entre os varejistas seja de até 171%. "Compensa pesquisar antes de escolher, porque alguns fazem promoções diárias com preços até R$ 2,99, enquanto em outros ele custa até R$ 6,50", aponta Benedetto.