Setecidades Titulo Urbanismo
Ribeirão usa grafite para divulgar nomes de bairros

Objetivo é evitar poluição visual em bens públicos da cidade

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
18/10/2012 | 07:00
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A Prefeitura de Ribeirão Pires está identificando os nomes de alguns bairros da cidade por meio de pintura de grafite em muros. Sete pontos do município receberam a manifestação artística, como Vila Suely, Planalto Bela Vista e Jardim Ribeirão Pires, entre outros. A intenção da administração é disseminar esse tipo de atividade, facilitar a localização territorial e evitar poluição visual em bens públicos.

"Muitos muros estavam sendo degradados por pixações. Então, resolvemos usar essa intervenção artística urbana para valorizar o fator cívico, que é o nome do bairro, e suprimir o vandalismo. É uma integração física e cultural", explicou o secretário de Juventude, Esporte, Lazer, Cultura e Turismo, Guto Volpi.

O trabalho é feito em parceria com dois artistas de hip hop da cidade, Claudio Ferreira Duarte e Vinicius de Jesus, que assinam as artes como Ise e Ponézio, respectivamente. "A iniciativa serve como exposição e divulgação de nossas obras, mas somos remunerados por isso", disse Ponézio.

A Prefeitura utiliza o programa como plataforma para os cursos oferecidos na Casa do Hip Hop e o projeto Museu a Céu Aberto, equipamentos municipais onde são disponibilizadas diversas vertentes artísticas à população. Por conta disso, o grafite também é feito em outros pontos públicos da cidade, como no muro da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas, no bairro Santa Luzia, e nos circuitos de caminhada e ciclofaixa da Avenida Brasil, no Centro.

De acordo com o secretário, a Prefeitura gasta aproximadamente R$ 3.000 por mês com material para realização do trabalho artístico na cidade. Ainda não há previsão para pintura de nomes de outros bairros.

Nossa arte não é vandalismo, afirma Ponézio

Para o artista Vinicius de Jesus, o Ponézio, 32 anos, que participa do programa da Prefeitura de Ribeirão Pires para identificação de bairros por meio do grafite, esse tipo de modalidade artística ainda é vista com preconceito por boa parte da sociedade. "Infelizmente, muita gente acha que o grafite é vandalismo, principalmente em cidades menores como Ribeirão Pires", afirmou o grafiteiro, que pratica a arte há 15 anos e trabalha em parceria com a administração municipal há dois.

Esse tipo de pintura surgiu junto com o hip hop, movimento que teve início na década de 1960, no Bronx, bairro pobre de Nova York, nos Estados Unidos. No Brasil, o grafite começou a ser praticado na década de 1970, em periferias da Capital. Atualmente, o trabalho é utilizado em vários projetos sociais pelo País.




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