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Auricchio não teme ter contas rejeitadas pelo Legislativo

Para ex-prefeito de S.Caetano, balanço das finanças feito por vereador está respondido ao TCE

Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
08/08/2013 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


O ex-prefeito de São Caetano e atual secretário paulista de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), disse que não teme ver suas contas reprovadas pelo plenário da Câmara. O desempenho financeiro do petebista frente ao Palácio da Cerâmica é o principal alvo de críticas da atual administração e de vereadores aliados desde o começo do ano.

As contas de 2011 já estão na Casa em mãos da comissão de Finanças e devem ser apreciadas pelo plenário em até 30 dias. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) aprovou a condução financeira do petebista. “Tenho muita confiança nos vereadores que trabalharam comigo e me conhecem. Seria algo inédito a Câmara contrariar o parecer de uma instituição técnica e respeitada como TCE. Isso nunca ocorreu na cidade desde os primeiros prefeitos”, argumentou Auricchio.

O processo de discussão das contas do ex-prefeito foi introduzido na sessão de terça-feira com apresentação de um vídeo com resumo do desempenho das contas de 2011 e 2012. A compilação foi feita pelo vereador Eder Xavier (PCdoB), que chegou a afirmar que Auricchio ocultou dados do TCE em 2011 e recebeu cinco avisos em 2012 de que precisava corrigir as finanças e nada fez. O prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) garantiu ter herdado R$ 264,5 milhões de restos a pagar, enquanto o petebista considera ter deixado R$ 120 milhões.

Nos corredores do Palácio da Cerâmica, a informação é de que a apresentação orquestrada pelo comunista serviu para reforçar a posição do governo em relação à gestão financeira de Auricchio e lembrar os parlamentares dos fatos quando forem votar as contas de 2011. Desde que assumiu a Prefeitura, Pinheiro tem dito que não pode investir na cidade por conta da dívida, a qual cerca de R$ 80 milhões foram quitados.

Auricchio é o principal adversário político do peemedebista. Com a reprovação das contas, o petebista ficaria automaticamente inelegível e só teria condições de reverter o quadro por vias judiciais.

“Quanto a isso (resumo das contas) eu desconheço, não assisti. A figura (Eder) tem um perfil de ciclotimia (nome dado para o quadro psicológico de pessoas que alteram o humor entre excitação e depressão) que não requer que eu trate desse assunto. Todas as respostas estão no TCE. Todas as minhas contas foram aprovadas e a de 2012 está sendo auditada”, disse Auricchio sobre a produção armada por Eder que interrompeu a última sessão para exibir um vídeo dramatizando os números financeiros do Paço.

Dentro do atual cenário do Legislativo, a investida para derrubar o parecer do TCE se mostra ambiciosa. Mesmo contando com apoio de todos os 19 vereadores, a coligação de Pinheiro fez apenas três cadeiras. As outras 15 foram conquistadas pela chapa afiançada por Auricchio e a outra vaga veio do grupo petista.

Para reprovar as contas são necessários dois terços dos votos, ou 12 adesões, enquanto sete apoios podem manter o parecer do TCE. Auricchio tem quatro correligionários no plenário – Paulo Bottura, Gérsio Sartori, Flávio Rstom e Jorge Salgado –, além de ex-aliados como Magali Selva Pinto (PSD), que foi secretária de Educação.




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