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Tortorello queria obras viárias
Juliana Gattone
Do Diário do Grande ABC
21/12/2003 | 18:51
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“Saio frustrado por não conseguir realizar duas obras.” Assim o prefeito de São Caetano, Luiz Olinto Tortorello, resume os sete anos de administração na cidade. As obras a que se refere resolveriam, segundo ele, todos os problemas no tráfego da cidade e, juntas, consumiriam cerca de R$ 30 milhões. Tortorello avaliou como “muito bom” o resultado de suas administrações e ressaltou as conquistas na área de inclusão social e os prêmios inéditos que a cidade conseguiu durante sua gestão: o de Desenvolvimento Humano e o de Gestão Fiscal.

Na área de habitação e meio ambiente, Tortorello promete que os cortiços serão erradicados e o reservatório será construído em 2004. “Se eu tivesse que começar de novo o projeto do Domus Mea eu não começaria”, comentou sobre a construção habitacional.

DIÁRIO – Qual o balanço que o sr. faz dos 2 mandatos?

LUIZ OLINTO TORTORELLO – Balanço excepcionalmente muito bom. Do ano de 1997 para o ano de 2003, São Caetano foi avaliado por organismos como USP, Unesp, Unicamp, Unesco, Unicef, organismos internacionais e nacionais, inclusive o Conselho Federal de Contabilidade, o Sebrae e outros organismos, e todos deram nota 10 para São Caetano, recebendo todos os títulos eventuais que a cidade poderia receber. A avaliação é nota 10.

DIÁRIO – Quais foram as principais conquistas?

TORTORELLO – Em todos os setores nós tivemos conquistas muito grandes. A área de projetos especiais e a redução de desigualdade foram pontos primordiais. A administração estabeleceu um projeto de reduzir desigualdades em todos os setores, dando um tratamento condigno e igual através das escolas por uma inclusão de toda comunidade e da criançada. Na área da saúde, para que qualquer pessoa tenha o mesmo tratamento de quem tem um plano de saúde. Na área de moradia a condição é mínima por São Caetano não ter terrenos, então desenvolvemos o projeto João de Barro, sem recursos e sem dinheiro público, buscando na iniciativa privada, nas pessoas físicas, nas contribuições, nos eventos, nos sorteios, nos bailes sempre a contribuição da comunidade, para se fazer um acervo financeiro e reduzir a média de 35 a 40 cortiços que a cidade possui e que abriga aproximadamente duas mil pessoas. Eu acredito que as metas principais e mais valorizadas são as que envolvem a inclusão social. À parte do Fundo de Solidariedade do serviço social, desde 1997, estabelecemos a premissa de que ninguém poderia passar fome. E ninguém passa fome aqui, não se brinca e não se faz discurso. Aqui se trabalha seriamente colocando as famílias em situação de dificuldade nos computadores e entregando as cestas de alimentos. As crianças recebem seus leites, as parturientes, seus enxovais, tudo o que a gente eventualmente possa atender nessa área social. Distribuimos também remédios especiais e aparelhos de audição através do serviço social que foi muito significativo.

DIÁRIO – Essa parte tem contribuição ?

TORTORELLO – Não. tudo é da Prefeitura, só na moradia que em 100% dos casos há parceria com a iniciativa privada, porque os cortiços têm um proprietário, e não se pode usar dinheiro público em propriedade privada. Eu acredito que foi muito promissor esse nosso período, porque em todos os setores buscamos a inclusão social, a gente atingiu um objetivo e o reconhecimento dos órgãos públicos significa que tivemos aprovação de todos projetos públicos.

DIÁRIO – Quais prêmios pioneiros o sr. conseguiu?

TORTORELLO – Primeiro foi o de inclusão, o de Desenvolvimento Humano. São Caetano foi a primeira cidade brasileira em desenvolvimento humano. Para você entender, na qualidade de vida há uma série de fatores que são analisados para chegar a essa conclusão. Eles analisam investimentos, longevidade, aspectos significativos que envolvem a educação e a saúde. Na economia estudam o que representa na ordem empresarial cada pessoa na cidade. Então, a poupança da cidade e a renda de cada um estabelecem um perfil muito grande de toda a comunidade, e esse perfil é muito forte no momento em que o poder público contribui para fixação de alguns desses perfis. Hoje, tudo o que se fala em longevidade e investimento do idoso, ele tem início em um projeto nosso, porque ele começou em 1989 e não parou. De 1989 até 2003 as conquistas foram muito grandes nessa área e a gente mudou os hábitos culturais do idoso. A gente tirou o idoso do sedentarismo e do ostracismo, a gente trouxe o idoso para participação do convívio em comunidade, colocou técnicos à disposição deles, professores de educação física, fisioterapeutas, animadores de esportes, médicos, dentistas, e eles viajam. No aspecto de investimento na criança, há uma educação sadia, forte, que ocupa a criança o dia todo, não só aqueles quatro períodos de escola. Os programas esportivos comunitários que se desenvolve no período seguinte da escola, a área preventiva também que se desenvolve na criança, no jovem e no adolescente. Tudo isso é uma seqüência de coisas que incorporadas deram o resultado de uma cidade boa na área de Desenvolvimento Humano. O segundo prêmio recebido e que todos os prefeitos do Brasil gostariam de receber esse título, mas na área de cidades com mais de 50 mil habitantes, só São Caetano no Brasil todo tem. E das cidades com até 50 mil para baixo, também foi só uma a cidade, em Pernambuco. Esse prêmio é o de gestão pública responsável, ou seja, cidades que melhor gastam o dinheiro público. São Caetano tem o mérito de cidade que melhor gasta o dinheiro público e cidade que não tem dívida, que melhor sabe estabelecer o equilíbrio entre o orçamento e entre Receita e Despesa, que tem equilíbrio orçamentário. Primeiro porque é um exemplo para o país, e segundo é um justo orgulho que a cidade tem e que nós administradores de equipe também temos. Acho que foram os dois prêmios maiores que nós tivemos e isso corresponde a uma condecoração. Isso é um selo que a gente conquistou por longo tempo de serviço e é um mérito que ninguém nos tira.

DIÁRIO – As cidades vizinhas costumam dizer que São Caetano tem vantagem de ser um município pequeno. Qual a conclusão que o sr. tira desse comentário?

TORTORELLO – A conclusão que eu tiro é a seguinte: quem faz esses comentários gosta de tampar o sal com a peneira. Existe um pouco de inveja, existe uma maneira diferente de olhar os outros. Os méritos que eu vejo nos outros, eu reconheço e elogio, e os deméritos eu procuro não comentar. Mas se algum administrador falou desse jeito, eu responderia a ele e diria o seguinte: em 1989 nós assumimos a administração do ABC num conjunto de sete prefeitos, sendo que o grosso deles representavam o Partido dos Trabalhadores (PT) e outros dois eram de partidos diferentes. O mesmo ocorreu no período de 1993 a 1996, em 1997 nós voltamos todos e ficamos até 2000 e de 2000 para cá nós também permanecemos todos, alguns representantes do PT mudaram, mas a verdade é que foi uma linha de trabalho conjunta de lá para cá. Em 1989, eu me lembro muito bem disso e é fácil levantar os números em todas as cidades, todas as prefeituras tinham dívidas grandes, fundadas, de precatórios, de não cumprimento de obrigações. São Caetano pagou todo mundo e eles não pagaram ninguém. Eu acho que hoje é bom administrador quem é responsável, quem primeiro sabe usar o dinheiro público. Agora, todos eles estão devendo muito, por isso que eles não produzem na administração. Eu tenho a impressão que eles são meio fracos em fazer projetos, eles são meio fracos de equipe, os que fazem esses comentários, não sei quem são, você também não disse o nome. Agora, São Caetano tem o mérito que ninguém tira. E as dívidas foram todas pagas, e hoje nós somos o exemplo para o Brasil e, principalmente, para as cidades da região que resolveram se louvar pelos méritos administrativos de São Caetano. Eles amanhã receberão os prêmios também, hoje não recebem porque não têm mérito.

continua...




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