Independentemente do cenário que se desenhará a partir da definição de nosso futuro presidente nas próximas semanas, o setor da construção civil tem papel fundamental para o crescimento da economia do País. Nos últimos anos, temos nos engajado bastante e participado de maneira ativa junto aos governos, para defender os interesses de nosso segmento e do Brasil.

Nossa democracia está consolidada. Temos um Judiciário independente, a imprensa livre, uma sociedade que não quer inflação, temos instituições econômicas fortes. Não acredito que deva haver mudança significativa na economia. Não temos nada a temer.

O setor da construção conquistou espaço importante e cada vez mais representativo em nosso contexto econômico. Por meio de debates, de diálogo e de estudos sérios, desenvolvidos por renomados centros de pesquisa e universidades, colocamo-nos como um setor a serviço dos governantes e do povo e provamos que, para que o Brasil cresça, é imprescindível o investimento no segmento da construção. Se queremos investir em Educação, precisamos construir escolas; se queremos investir em transporte, precisamos melhorar estradas, ferrovias etc; se queremos investir em Saúde, precisamos construir hospitais, e assim por diante.

Nos últimos anos, temos conseguido diversos benefícios que colaboraram para alavancar a economia. A desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) foi uma delas. A prorrogação da redução do IPI tem papel fundamental no aquecimento do nosso setor. O governo entendeu a importância dessa medida, pois ela beneficia, sobretudo, a parcela da população mais carente, a que tem renda familiar de até cinco salários-mínimos. O decreto é válido para a cesta básica de material de construção, ou seja, aqueles produtos imprescindíveis na construção de uma casa popular. Estamos lutando para que essa desoneração se torne permanente.

Estamos numa série de crescimento progressivo, batendo recordes de faturamento a cada ano. As obras dos planos de moradia e infraestrutura do governo também contribuem para a manutenção do aquecimento do segmento. As indústrias estão fazendo investimentos pesados em aumento de produção e capacidade de entrega. Ao mesmo tempo, o País se prepara para concretizar o maior programa habitacional de sua história e, também, para sediar os principais acontecimentos esportivos de 2014 e 2016: a Copa do Mundo e a Olimpíada. É claro que estamos otimistas porque tudo isso move a nossa locomotiva, nos dando a certeza de que teremos um espaço extraordinário para crescer nos próximos anos.

O aumento do crédito e dos financiamentos também é decisivo para o incremento do setor e a melhoria das condições de moradia. As taxas de juros foram reduzidas e os prazos para pagamento ficaram maiores, isso ajudou bastante.

Um dos maiores desafios do novo governo, seja ele qual for, será na área de infraestrutura e saneamento. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 6,6% dos municípios brasileiros ainda fornecem água sem tratamento apropriado. Em 6,2% da totalidade das cidades, a água é apenas parcialmente tratada. Outro dado que merece nossa atenção é que apenas um terço de nossos municípios tem leis de proteção de mananciais. Além disso, menos de um terço dos municípios faz tratamento de esgoto. Ainda há muito por se fazer.

Acredito que o mercado habitacional deva se expandir nesses próximos anos, já que com o crescimento da economia, os imóveis são mais valorizados. Do nosso ponto de vista, o cenário é bastante promissor. Queremos nos organizar para acompanhar a transição de governo e atuar em legítima defesa dos interesses do setor, valorizando o papel das entidades e trazendo novas ideias.

Cláudio Conz é presidente da Anamaco - Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, membro do Conselho Curador do FGTS e membro do GAC - Grupo de Avanço da Competitividade, além de conselheiro do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) do Governo Federal. E-mail presidente@anamaco.com.br