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Grupo armado ataca e incendeia ônibus na periferia de Paris
Por Da AFP
26/10/2006 | 10:06
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Dois ônibus foram atacados e incendiados por pessoas encapuzadas, algumas delas armadas, na noite dequarta para quinta-feira nas redondezas de Paris, coincidindo com o primeiro aniversário de uma violenta revolta nos bairros periféricos da capital francesa.

Segundo a empresa RATP, encarregada do transporte de metrô e ônibus de Paris e arredores, uma dezena de homens encapuzados, cinco deles com armas, atacaram um ônibus, mandaram que os passageiros descessem e incendiaram o veículo em Bagnolet (Seine-Saint-Denis, periferia de Paris.

Poucas horas antes, um ônibus havia sido incendiado em Nanterre, também na periferia de Paris, depois que seus passageiros foram forçados a descer. Vários incidentes tiveram lugar em Essonne, ao sul de Paris.

Nesta sexta-feira, completa-se o primeiro aniversário da morte de dois adolescentes nos subúrbios de Paris, episódio que provocou uma onda de violência em outubro e novembro de 2005, que teve saldo de mais de 10 mil veículos incendiados e ataques contra edifícios públicos.

Outro ônibus foi incendiado no domingo no bairro na localidade de Grigny (Essonne), sem vítimas. Há algumas semanas foi mobilizado um grande dispositivo de segurança nas regiões sensíveis por medo que a violência ressurja.

O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, ressaltou nesta quinta-feira à imprensa que seu governo não tolerará a desordem nos bairros periféricos de Paris. "Não toleraremos em nosso país uma região onde não impere o estado de direito. Desejamos que as mesmas regras e oportunidades estejam presentes em todo nosso território", assegurou.

Um relatório confidencial dos serviços de inteligência vazado para a imprensa nesta semana estima que "a maioria dos fatores que provocaram há um ano a explosão de violência em parte do território metropolitano segue presente".

As três semanas de violência que abalaram os subúrbios de Paris no ano passado deixaram um saldo de mais de 9 mil carros queimados e dezenas de prédios públicos e sedes de empresas parcial ou totalmente destruídos, com perdas calculadas em 160 milhões de euros.

Esses subúrbios são habitados em grande medida por imigrantes ou seus descendentes, e a taxa de desemprego pode chegar a 40% entre os jovens, o que dá uma idéia da discriminação existente. O conflito deixou expostas para a comunidade internacional as grandes deficiências que a França sofre em termos de integração social.



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