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Setor de Saúde em Mauá já demitiu 65 funcionários
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
28/04/2005 | 12:01
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Demissões no setor da saúde de Mauá, um dos mais críticos do Grande ABC, continuam. Nos últimos 10 dias ,25 funcionários que atuam no PSF (Programa de Saúde da Família) foram exonerados, totalizando até o momento 65. A maioria deles nas regiões onde o candidato do PT à Prefeitura, Márcio Chaves Pires, venceu o primeiro turno das eleições em 2004.

Os petistas da cidade, que fazem oposição ao governo do prefeito interino Diniz Lopes (PL), acusam a administração de trocar antigas nomeações feitas pelo ex-prefeito Oswaldo Dias (PT) por novos aliados. O governo atual contesta e diz que as substituições são baseadas em avaliações técnicas.

Os demitidos fazem parte do PSF (Programa da Saúde da Família) desenvolvido pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), através de convênio com a Prefeitura de Mauá. Traballham no programa 502 pessoas em diversos cargos como médicos, dentistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários, agentes de serviço da saúde, auxiliares administrativos, auxiliares de consultório dentário e técnicos de higiene dentária.

O líder do PT na Câmara, José Rogério Moreira Santana, diz que as denúncias são de que os novos funcionários “são ligados às forças que estão no poder”, mas não nega que alguns dos demitidos eram ligados ao PT. “Não tenho certeza se todos eram ligados ao PT. Pode até ser que tinham simpatia pelo partido. O que tem de levar em conta é que o Programa doa Saúde da Família virou referência nacional e isso não pode ser desconsiderado. São pessoas competentes que atuam no programa”, defende.

O petista diz que as unidades de saúde que tiveram demissão localizam-se nas regiões onde Márcio Chaves Pires (PT) venceu as eleições no primeiro turno como candidato a prefeito. Houve exoneração no Jardim Zaíra, onde Márcio obteve 44,85% dos votos (31.067 votos), Parque das Américas (43,13% dos votos – 16.487), entre outros locais. Antes de disputar o segundo turno com Leonel Damo (PV), Márcio teve a candidatura cassada pela Justiça Eleitoral. Atualmente há disputa judicial sobre o pleito. O prefeito interino, Diniz Lopes, tem apoio de Leonel Damo.

A preocupação dos petistas, agora, está voltada à unidade de saúde do Jardim Oratório onde foi feita uma avaliação de desempenho nessa semana. “Existe expectativa de que as próximas demissões aconteçam nessa região. Inclusive, houve protestos na Câmara nesta”, afirma o parlamentar.

Rogério diz que outra preocupação está ligada à qualidade na prestação de serviço. “O Programa do Saúde da Família é pago com verba federal. Estamos atentos para que não haja injustiças. Não dá para aceitar que sejam colocadas pessoas despreparadas para atuar”.

O prefeito interino, Diniz Lopes, diz que as demissões só acontecem após avaliação de desempenho. “Vou fazer toda e qualquer alteração na área da saúde. Não importa o que os outros pensam. Se a área da saúde precisa ser melhorada temos de trocar o que for necessário”. O liberal afirma que as mais recentes alterações foram feitas em coordenações de UBS e também no Hospital Nardini.

Ele ainda fez críticas aos manifestantes que foram até a Câmara, na terça-feira, para reclamar das demissões. “O pessoal que critica são ex-candidatos a vereador do PT e ex-funcionários comissionados da Secretaria de Serviços Urbanos. Não são eles que vão dizer para mim como tenho de governar. Quem tem de avaliar é o povo”.



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