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Após 20 dias de tragédias,
Mauá ainda deve abrigo
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
24/01/2011 | 07:07
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A Prefeitura de Mauá afirmou, ontem, que o abrigo provisório para as famílias que tiveram suas casas interditadas no morro do Macuco, Jardim Zaíra, está pronto desde quinta-feira à noite. No entanto, até o final da tarde do domingo o espaço permanecia vazio e trancado, segundo constatou o Diário.

O Jardim Zaíra registrou cinco das seis mortes provadas pelas chuvas em Mauá desde 4 de janeiro, quando mãe e filho foram soterrados por deslizamento no bairro.

A abertura do abrigo estava prevista desde o dia 13. Depois, a primeira-dama, Celma Dias, secretária de Assistência Social, visitou o local e declarou que as famílias se mudariam no final de semana (dias 15 e 16). Mas até agora, nenhuma família está lá.

No sábado, verificou-se a instalação de um tapume pintado de branco, no entorno da estrutura metálica, coberta com lona, erguida em uma quadra poliesportiva inacabada no cruzamento da Avenida Eugênio Negri com Rua Joaquim Alves de Oliveira, no Zaíra 4. Segundo a administração, a capacidade é para 47 famílias.

Vizinhos contaram que na noite de terça-feira, quando um temporal deixou o bairro debaixo d'água, a Eugênio Negri encheu em frente ao abrigo. A força da água estourou parte do calçamento, chegando a invadir o abrigo a uma altura de dois palmos.

"Aqui a avenida virou um rio. Felizmente não entrou em casa. Funcionários da Prefeitura vieram depois para fazer reparos", contou a técnica em enfermagem Rosemeire Morais Cândido, 52 anos, que há 35 mora no local. A administração negou que o local tenha sido inundado. Mas não disse por que as famílias ainda não se mudaram para o abrigo.

Wilson Robson Morais Cândido, 47, irmão de Rosemeire, mora na beira de um córrego na Joaquim Alves de Oliveira e contou que ele mesmo tirou, na quarta-feira, o lixo que transbordou até bem próximo de sua casa.

"Eu e um vizinho deixamos uma pilha de entulho na calçada da rua. Mas já vi morador jogando lixo de novo no córrego", lamentou Cândido, que viu a Prefeitura retirando parte do material, mas deixando outra.

Rosemeire disse que a Prefeitura retirou três caminhões de lama em frente de sua casa. Mesmo assim, ainda havia barro por lá, ontem, e muito entulho em todo bairro.




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