Segundo fontes da oposição afegã, menos três equipes com entre 8 e 10 homens chegaram há quatro semanas às bases antitalibãs, apesar de se crer que desde então receberam reforços.

Uma fonte ocidental da inteligência afirmou que há "provavelmente cerca de 40 homens" americanos na região. Os homens, que estão em zonas talibãs, parecem fazer parte de pequenos comandos encarregados de recolher informação, retirados regularmente de noite por helicópteros.

Apesar das informações, o Talibã afirmou nesta quarta que os EUA jamais vão estabelecer uma base no Afeganistão. Segundo o embaixador da milícia no Paquistão, Abdul Salam Zaeef, os aegãos jamais vão permitir que uma base seja construída dentro do país.

O secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, admitiu na terça-feira "um número modesto" de tropas terrestres americanas nos acampamentos da Aliança do Norte. É até o momento a declaração mais clara de Rumsfeld em relação à presença permanente de soldados no interior do Afeganistão.

Um alto dirigente da Aliança do Norte, o ministro do Interior Yunus Qanooni, revelou na semana passada que estas equipes estavam em três linhas de frente na planície de Shomali, ao Norte de Kabul, ao Sul da cidade estratégica de Mazar-i-Sharif (Norte) e na província de Tajar (Nordeste).

Estas três frentes ficam próximas ao locais que foram nos últimos dias os principais alvos de ataques aéreos às tropas talibãs. Caso caiam, podem dar suporte às tropas americanas. Segundo Qanooni, as equipes chegaram ao Afeganistão de helicóptero vindas do Uzbequistão Tadjquistão.

Na frente de Mazar-i-Sharif, as unidades especiais americanas operam com o comandante Mohamad Atta, que pertence à facção do antigo presidente Burhanuddin Rabbani e do comandante executado Ahmad Sha Massud, e o general uzbeque Abdul Rashid Dostam.

No Norte de Kabul, a equipe de identificação dos alvos atua ao redor da antiga base aérea soviética Bagram, a qual a imprensa estrangeira não tem acesso.

Os homens são discretos, vestidos à paisana e se locomovem em caminhonetes com vidros fumê. Entretanto, alguns detalhes dão a entender que os EUA aumentarão sua presença.

Um dirigente afirmou que uma equipe americana ajuda a construir uma nova pista aérea na entrada do vale de Panshir, a única protegida do fogo inimigo ao Sul da cordilheira de Hindu Kush.

Esta pista deve ser terminada nos próximos dias, o que vai permitir mover aviões pesados como Hércules ou Antonov. Rodeada de edifícios e depósitos, pode se tornar uma base militar.

Até o momento, as tropas, mantimentos e munições chegam aos poucos de helicóptero ou por comboios que levam seis ou sete dias. Com a chegada do inverno, a demora deve ser ainda maior.