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França acena para mudança em negociações da Sabesp

Na região, governador fala em respeito a prefeitos e municípios

Por Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
21/04/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), afirmou ontem, em visita ao Grande ABC, que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) apresentará tratamento diferente ao negociar as dívidas milionárias de municípios com a empresa – os débitos de cidades da região referem-se, principalmente, à diferença do preço praticado pela empresa em relação ao valor pago pelo metro cúbico da água no atacado.

Em ato em Mauá – cidade que possui passivo de R$ 2,6 bilhões com a estatal paulista, por meio da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) –, o socialista ponderou que a postura será de “respeito” com as prefeituras. “Estamos em um momento de negociações. A Sabesp agora tem outra condução, de respeitar prefeitos e cidades. A concessão é do povo de Mauá e mesmo depois de períodos de atritos entre as partes, vamos achar um eixo de condução e teremos equação para isso e para outras cidades que possuem os mesmos problemas.”

Ao lado do correligionário e prefeito mauaense, Atila Jacomussi (PSB), França frisou que teve reunião nesta semana para discutir o caso. O impasse nas tratativas entre Sabesp e Sama acontece há pelo menos cinco anos e se repete também na vizinha Santo André, onde o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) possui débitos de R$ 3,4 bilhões, segundo números da empresa paulista.

Em março, o Diário mostrou que os governos de Santo André e de Mauá, sob chefia de Paulo Serra (PSDB) e Atila, respectivamente, decidiram segurar diálogo com a Sabesp à espera da mudança de gestão no Palácio dos Bandeirantes, com a entrada de França no lugar de Geraldo Alckmin (PSDB). O atual governador não mexeu, a princípio, no comando da empresa. Os passivos se arrastam desde a década de 1990.

Os valores são contestados pelos municípios. Com as faturas em débito, a Sabesp pressiona as autarquias por uma solução, inclusive, com processos judiciais – algumas ações tornaram-se precatórios. A cúpula das prefeituras, por sua vez, já demonstra insatisfação com as ofertas firmadas pela companhia estadual.

ELEIÇÃO
Durante a agenda firmada em Mauá, em uma igreja evangélica, França evitou falar diretamente sobre o processo eleitoral deste ano. Ao ser questionado sobre apoios de prefeitos da região, ele alfinetou de forma velada o rival João Doria (PSDB). “Fui prefeito, cumpri mandato até o fim, tenho experiência de governo e minha linguagem é mais fácil para entenderem as propostas. Naturalmente o apoio é importante, temos alguns candidatos e vejo que o desempenho na região será forte, temos números que mostram isso.”

O chefe do Executivo paulista destacou, ao mesmo tempo, que a região deve receber mais repasses nos próximos meses. “Teremos muitos recursos, os prefeitos têm apresentado pleitos, principalmente relacionados à pavimentação e à recuperação urbana. Chegaram pedidos de centros tecnológicos, aumento de áreas de lazer e vamos anunciar aos poucos, conforme liberarmos esses valores. O (Geraldo) Alckmin deixou um Estado em boas condições, com recursos financeiros”, pontuou. 




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