Após conquistar as HQs e os filmes, os heróis, já há alguns anos, também vêm ganhando espaço nas séries. Começaram aparecendo periodicamente, tendo como protagonistas os mais populares, como Batman (1966), Mulher Maravilha (1975) e Superman em Smallville (2001). Hoje, tramas dos universos da DC Comics e da Marvel são as que mais ganham investimentos.

O jornalista especializado em séries, Paulo Gustavo Pereira, explica que as histórias com heróis são as que mais se destacaram nos últimos tempos. Ele afirma ainda que o surgimento de plataformas de streaming também ajudou a popularizar o estilo. “Além disso, surgiu a cultura da ‘maratona’, em que o assinante pode assistir, integralmente, a todos os episódios de maneira mais ‘agressiva’, sem parar. Hoje, não tem conversa com motorista de táxi ou bate-papo em padaria que o tema não seja série”, conta.

A maior parte das séries é produzida e transmitida por emissoras de assinatura, mas a TV aberta também oferece espaço de sua programação. Supergirl, por exemplo, é transmitida pela Warner nos canais fechados, pela Globo em suas madrugadas e a qualquer momento pela Netflix. A novidade sobre a heroína da DC Comics é que estão sendo lançados episódios da terceira temporada.

A Netflix é outra que segue apostando nos heróis. A estreia da vez é Raio Negro, sobre Jeff Pierce, metahumano que possui poderes de controle da eletricidade. Com elenco majoritariamente negro, traz como plano de fundo o debate sobre racismo. Televisionada nos Estados Unidos pela CW, a série, em sua estreia, contabilizou 2,3 milhões de espectadores. Com esses números, Raio Negro teve a maior audiência de estreia que a emissora já registrou em anos.

A maior parceria da Netflix, no entanto, é com a Marvel. Entre os sucessos está Jessica Jones (2015), que ganha a segunda temporada em 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Politicamente incorreta, ela virou detetive particular depois de sua carreira como heroína acabar de forma desastrosa, mas, com a chegada de um vilão, precisa voltar a ‘atuar’.

Outro lançamento previsto para 2018 é Manto e Adaga, que será transmitido no Brasil pela Sony. A série vai trazer a história de um casal que adquire poderes quando é sequestrado. A estreia nos Estados Unidos é 7 de junho e não há confirmações da data no Brasil.

A parceria com a Sony não para aí. Fugitivos traz grupo de adolescentes mutantes, que descobre que os pais fazem parte de organização criminosa. Os brasileiros vão acompanhar a história a partir de 20 de fevereiro.

As premiadas, no entanto, são outras histórias
Marcela Munhoz

Basta separar as listas das últimas três principais premiações internacionais que envolvem séries para perceber que as mesmas tramas aparecem em todas elas. Quem não curte muito histórias protagonizadas por heróis, o leque de opções é enorme também. A começar por Big Little Lies, da HBO, que foi ovacionada, especialmente, no Emmy e no Globo de Ouro. As atuações de Nicole Kidman, que sofre violência doméstica, e do marido, o ator Alexander Skarsgård, foram premiadas. A série, que tem sete episódios, mostra grupo de mães que enfrenta diversos tipos de problemas. O elenco conta também com Reese Witherspoon e Shailene Woodley. A estreia da segunda temporada está prevista para 2019.

Já The Handmaids Tale, consagrada no Globo de Ouro e Critics Choice Awards, foi criada para a plataforma Hulu, com produção de dez episódios. Em maio de 2017, foi renovada por uma segunda temporada, que estreará em 2018. A trama é sobre sociedade em que as mulheres são brutalmente subjugadas e, por lei, não têm permissão para trabalhar, possuir propriedades, controlar dinheiro ou até mesmo ler. Além disso, as mulheres férteis são usadas como escravas.

Em sua segunda temporada, This is Us, da NBC, é outra que está se destacando. Trata-se de crônica da relação de grupo de pessoas que nasceram no mesmo dia. Já The Crown é drama biográfico sobre a Rainha Elizabeth II do Reino Unido feita para a Netflix. A segunda temporada estreou em dezembro. Dá ainda para citar Black-ish (ABC), The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon Video), Feud e Fargo, da FX, Glow e Dark, da Netflix.