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Indústria reforça atenções com o Reach
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
08/08/2008 | 07:00
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As indústrias brasileiras que exportam para a Europa têm de redobrar as atenções com o Reach - sigla para um novo sistema europeu de regulação, avaliação e autorização de produtos químicos.

O sistema estabelece a exigência de registro de substâncias contidas em produtos importados pelos países do velho continente. Desde junho último até 1º dezembro deste ano, as empresas fabricantes estão obrigadas a fazer um pré-registro na agência reguladora da Europa e, a partir do ano que vem, a exigência aumenta, com a necessidade do registro e análise dos itens.

A preocupação se deve ao fato de que os exportadores de lubrificantes, aditivos, conservantes, corantes etc (ou produtos que contenham esses itens) terão custos adicionais nas vendas a esse mercado. Podem ainda ter dificuldade de efetivar encomendas se não se adaptarem às regras.

Atualmente são cerca de US$ 2 bilhões exportados por aproximadamente 500 empresas químicas nacionais para lá. Segundo o presidente do Sinproquim (Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos do Estado de São Paulo), Nelson Pereira do Reis, as empresas do segmento têm de ficar atentas e fazer o pré-registro (com informações básicas), que não tem custo mas precisa ser feito por representante sediado em um país europeu - o que por si só já representa despesas.

A partir do ano que vem, após essa fase inicial, as empresas terão de se cadastrar e, para isso, fazer testes de riscos à saúde e ao meio-ambiente (por exemplo, carcinogênicos, mutagênicos e outros). Os valores para cadastro vão variar de acordo com o volume exportado. Entre uma e dez toneladas exportadas, sairá por 640 euros (por substância e por empresa) mais o custo do teste (de 60 mil euros até 1 milhão de euros, também de acordo com a quantidade).

No Grande ABC, a Quattor, que produz e exporta resinas plásticas (cuja matéria-prima precisará ser registrada), já iniciou o cadastramento na Europa. "Temos interesse em continuar exportando e precisamos nos adequar", afirma Eduardo Sanches, gerente de qualidade da companhia.

Para a etapa posterior, o plano da Quattor é fazer o processo de análise dos produtos em consórcio com outras fabricantes. "O custo impactará nos resultados se fizermos sozinhos, a expectativa é diluir isso com empresas".




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