Economia Titulo Seu bolso
Medicamentos ficam até 4,76% mais caros
Flávia Kurotori
Especial para o Diário
01/04/2017 | 07:27
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Celso Luiz/DGABC


O consumidor deve preparar o bolso mais uma vez. Depois do anúncio do aumento da carne, agora é a vez de os medicamentos serem reajustados. Foram publicados ontem no Diário Oficial da União os percentuais de reajuste que, de acordo com a resolução da Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), serão de até 4,76%.

Apesar do peso no bolso, a correção está abaixo da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que encerrou 2016 em 6,29%. Este é o menor reajuste dos últimos dez anos. No ano passado, no entanto, a alta foi de 12,5%.

A aplicação do reajuste será dividida em três categorias, de acordo com o grau de concorrência do remédio, desta maneira, aqueles que são produzidos por mais laboratórios ou possuem mais genéricos substitutos, podem ajustar até 4,76%. Os de média concorrência, até 3,06% e, os de baixa, 1,36%.

O presidente executivo do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo), Nelson Mussolini, afirma que o consumidor sentirá o aumento no bolso de 30 a 90 dias, dependendo do estoque da farmácia. Ele também recomenda que se pesquise a fim de economizar.

Segundo o presidente executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), Antônio Britto, “o reajuste não é totalmente aplicado, na prática, porque a concorrência de mercado resulta em descontos expressivos nas vendas em farmácias. E existem descontos obrigatórios para o governo, além de abatimentos negociados”.

O diretor da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luís Antônio Ferreira Rodrigues, aponta que o encarecimento irá afetar diretamente os aposentados. “Eles já ganham no limite para pagar seus medicamentos”, lamenta. “Estão brincando com a vida das pessoas”. Ele também afirma que alguns deles, com medo de não conseguir comprar seus remédios, estão deixando de pagar convênios médicos.

Levantamento feito pela Interfarma mostra que, entre 2005 e 2016, o IPCA acumulou alta de 103%. Neste mesmo período, a indústria farmacêutica reajustou 77%, enquanto os planos de saúde encareceram 177%. Importante ressaltar que a aposentadoria foi reajustada em 6,48% neste ano, portanto, quem recebia o piso, de R$ 937, teve acréscimo de apenas R$ 57.

Quando questionado sobre a situação dos aposentados, Mussolini garante que a indústria farmacêutica “não pode baixar os preços porque sua rentabilidade vem caindo nos últimos anos”, e sugere que estas pessoas procurem auxílios já existentes, como o Farmácia Popular, do governo federal.
 




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