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PSDB patina para se firmar na região
Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
10/04/2011 | 07:00
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Com o comando de apenas uma Prefeitura - Rio Grande da Serra - o PSDB tem encontrado dificuldades para se consolidar no Grande ABC, o berço do PT, seu principal adversário. Na projeção para as eleições do ano que vem, os tucanos ainda se organizam para lançar candidatos majoritários. Em Diadema, São Bernardo e Rio Grande da Serra a legenda tem garantia de candidatura. Nos outros municípios o partido ainda esbarra na falta de trânsito político para pleitear o Paço. Essa é a segunda reportagem da série especial do Diário de avaliação regional dos partidos.

O ex-prefeito e ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos é quem manda no partido em Diadema. Ele será candidato à Prefeitura pela sexta vez consecutiva - nas outras tentativas só obteve derrotas. O vereador Lauro Michels tentou passar por cima do manda-chuva para disputar o Paço, mas foi vencido por Zé Augusto e agora vai buscar outra sigla.

São Bernardo tem dois nomes em evidência: ex-prefeito e deputado federal William Dib e deputado estadual Orlando Morando. Líderes, militantes ou simpatizantes não arriscam quem será o pleiteante ao Paço. A legenda é a principal força de oposição no município e detém apoio de setores do PSB. Hoje ocorre a convenção da legenda. O vereador Admir Ferro é o único cotado para assumir o comando do diretório na cidade. Mas a decisão será entre caciques.

Adler Kiko Teixeira, prefeito de Rio Grande da Serra, vai tentar fazer seu sucessor o secretário Obras e Planejamento, Gabriel Maranhão. A cidade que já foi governada pelo PT, apresenta um cenário tranquilo.

Em âmbito nacional, desde 2003, quando Fernando Henrique Cardoso deixou a Presidência sem fazer seu sucessor, os tucanos buscam retomar o poder e construir um discurso de oposição contundente para retomar o comando do País. No entanto, ao longo desses pouco mais de oito anos, as divisões internas coroaram o partido com três derrotas consecutivas nesta empreitada (2002, 2006 e 2010).

Fundado no dia 25 de junho de 1988, o PSDB é originário de um grupo de dissidentes do PMDB. Grandes nomes de destaques como José Serra, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso fizeram parte deste processo. A proposta original dos tucanos foi baseada na social-democracia da Europa, auto-intitulado de centro-esquerda. 

Nos outros quatro municípios, legenda tenta se reorganizar

Em Santo André (apenas três vereadores) e São Caetano (sem representação eletiva), governadas pelo PTB, os tucanos respiram no ritmo dos petebistas. O vereador andreense Paulinho Serra luta internamente para se candidatar ao Paço. Mas, parte da sigla pondera eventual apoio ao atual governo ocupando o cargo de vice.

José Auricchio Júnior, prefeito de São Caetano, foi o principal coordenador das candidaturas tucanas ao Executivo em 2010 na região. Ele também articulou junto à executiva estadual para que a intervenção proposta em 2009 no diretório municipal não fosse orquestrada pelo deputado Orlando Morando, que tentava emplacar o aliado Iliomar Darronqui (PR) ao comando. A pedido do prefeito, Silvio Minciotti assumiu comissão provisória. Em 2004 e 2008, a chapa proporcional não passou de 500 votos.

Ribeirão Pires tem o coordenador regional, Cézar de Carvalho, como pré-candidato ao Paço. Porém, por algumas alas, a sigla estaria ao lado do governo como auxiliador. Em Mauá, o PSDB tem apenas um vereador eleito, Edimar da Reciclagem, e pretende lançá-lo à chapa majoritária. Contudo, falta de apoio político pode encerrar plano. 

PAÍS E ESTADO

O PSDB está dividido nacionalmente em três grupos que disputam o comando nacional: do senador mineiro Aécio Neves, do ex-presidênciavel José Serra e do governador Geraldo Alckmin. Esse racha, aliado à falta de outras lideranças nacionais, refletiu nos últimos resultados eleitorais, segundo o cientista político Humberto Dantas.

"Só será possível fazer frente ao governo com a oposição unificada, por isso a teimosia deve ser deixada de lado. Para agregar é preciso ceder. O PSDB tem o costume de fazer as discussões de maneira restrita e isso impede o surgimento de novas lideranças", analisou.

Em contrapartida, os tucanos comandam o Estado há 16 anos. "O eleitorado paulista tem uma característica mais conservadora. Mas o governo consegue apresentar bons resultados. Não se vence cinco eleições consecutivas chamando o eleitorado de burro."




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