Clinton tentará mediar as negociaçoes entre israelenses e palestinos sobre suas divergências mais importantes. A partir de segunda-feira, manterá reunioes bilaterais em separado com o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, e com o primeiro-ministro israelense Ehud Barak.

Esta reuniao de cúpula foi organizada em memória do ex-primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, assassinado em 4 de novembro de 1995 por um extremista judeu contrário aos acordos de Oslo com a Organizaçao para a Libertaçao da Palestina (OLP) sobre a autonomia palestina.

Mas, na realidade, o evento terá toda a aparência de um lançamento de negociaçoes para um acerto final do conflito israelense-palestino.

Em virtude do memorando de Sharm el-Sheik (Egito), de 5 de setembro passado, israelenses e palestinos inauguraram oficialmente, em 13 de setembro passado, essas negociaçoes, que supostamente devem terminar com um acerto final, no prazo de um ano.

As conversaçoes se referirao, em particular, ao estatuto de Jerusalém, ao direito ao retorno dos refugiados palestinos, à criaçao de um eventual Estado palestino, com suas fronteiras e suas prerrogativas, o destino das colônias judias nos territórios ocupados e a divisao de água.

O memorando de Sharm el Sheik prevê uma etapa intermediária: a conclusao em cinco meses, em meados de fevereiro, de um acordo-marco que fixará as grandes linhas de um acordo final.

Mas as discussoes nao começaram ainda e recentemente Barak nomeou o chefe da delegaçao israelense, o embaixador de Israel na Jordânia, Oded Eran. Oficialmente, os responsáveis israelenses afirmam nao ter muitas esperanças.

Por sua parte, os palestinos esperam que a reuniao de cúpula resolva quatro pontos: a elaboraçao de um calendário para resolver as questoes relativas a um acerto final, a próxima retirada israelense da Cisjordânia, a liberaçao dos prisioneiros palestinos e a situaçao das colônias judias na Cisjordânia, explicou Saeb Erakat, um dos principais negociadores palestinos.

O coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Terje Rod Larsen, declarou que era importante manter-se ``modesto e realista em relaçao ao que se pode obter', depois de uma reuniao com responsáveis israelenses e palestinos.

A secretária de Estado norte-americano, Madeleine Albright, e o conselheiro do presidente Clinton para a Segurança Nacional, Sandy Berger, participarao da delegaçao dos Estados Unidos. A Jordânia será representada por seu ministro das Relaçoes Exteriores, Abdel Ilah Jatib. Já o Egito, que também foi convidado, decidiu nao participar.

Ehud Barak será o primeiro a chegar à capital norueguesa, na noite de domingo, por volta das 22h (19h de Brasília), seguido por Clinton na segunda-feira, às 7h (4h de Brasília), e por Arafat e dois de seus conselheiros mais próximos, Abu Mazen e Abu Ala, na segunda-feira, às 15h (12h de Brasília). Vladimir Putin será o último a chegar, acompanhado por seu ministro das Relaçoes Exteriores, Igor Ivanov.

As personalidades e chefes de delegaçao terao a primeira reuniao na segunda-feira, às 19h, no Palácio Real, para uma recepçao de honra oferecida pelo rei Haraldo V, da Noruega, em presença de Lea Rabin, a viúva de Yitzhak Rabin, informou a chancelaria norueguesa.

Na manha de terça-feira, o encontro será às 11h (8h de Brasília), na sede da Prefeitura de Oslo, com uma cerimônia em memória de Rabin, antes do começo dos encontros bilaterais.