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Governo Federal mapeia regioes pobres do Brasil
Por Do Diário do Grande ABC
31/10/1999 | 17:00
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O Ministério da Integraçao Nacional já tem pronto um mapeamento das regioes de pobreza e baixo desenvolvimento que serao privilegiadas pelas açoes do governo federal a partir do próximo ano. O mapa da miséria lista 13 regioes que vao precisar de reforço nas açoes federais para reduzir os indicadores sociais negativos como altas taxas de analfabetismo, desnutriçao e desemprego.

'O ministério tem a responsabilidade de procurar desenvolver áreas que empobreceram no país. Há bolsoes de pobreza que proliferaram uma enormidade no Brasil inteiro``, disse o ministro da Integraçao Nacional, Fernando Bezerra. Entre as regioes definidas pelos técnicos do ministério, o sul do Rio Grande do Sul será a primeira a receber apoio financeiro do governo federal. Segundo o ministro, essa regiao tem registrado índices de desenvolvimento humano (IDH) equivalentes às regioes mais pobres do Nordeste. 'A regiao tem algumas áreas com nível de analfabetismo maior do que em algumas áreas do Nordeste, o que é uma coisa que choca e impressiona muito``, comentou Fernando Bezerra.

O ministro determinou que o projeto de recuperaçao do sul do Rio Grande do Sul seja concluído até o final do ano. A açao do governo federal na regiao servirá de experiência para as açoes nas outras áreas mapeadas pelos técnicos do ministério. O projeto do governo vai levar em conta as peculiaridades econômicas da regiao para definir o setor produtivo cujo desenvolvimento será estimulado pelo governo federal. Estao previstas ainda açoes integradas com os ministérios da Saúde e Educaçao.

O mapa da pobreza também identifica como regioes que precisam de maiores investimentos o Vale do Jequitinhonha e a regiao de Mucuri (batizada no mapa de 'Portal do Descobrimento``); Alto Solimoes, no oeste do Amazonas; Vale do Rio Acre, no Acre; Bico do Papagaio, englobando o Norte de Tocantins e Sudeste do Pará; Chapada das Mangabeiras, no Sul do Piauí e do Maranhao e Oeste de Goiás; Chapada do Araripe, em Pernambuco e Sul do Ceará; zona da mata canavieira, atingindo a regiao litoral do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe; Xingó, no interior de Sergipe, Alagoas e divisa com a Bahia; no vale do Ribeira, em Sao Paulo; Missoes, no Norte do Rio Grande do Sul e Oeste de Santa Catarina; Aguas Emendadas, no entorno do Distrito Federal; e bacia do Itabapoana, na divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo.

Além das açoes na regioes de miséria, o ministro da Integraçao quer reforçar os programas de combate à seca no semi-árido do Nordeste. Fernando Bezerra considera que para minimizar os efeitos da falta de chuvas na regiao o governo federal precisa investir na transposiçao das águas do rio Sao Francisco. Orçado em US$ 1,7 bilhao, a transposiçao é o projeto preferido do ministro. Bezerra sustenta que a transposiçao só será realizada se for aprovada tecnicamente. Antes de aproveitar os recursos hídricos do rio, o ministro garante que serao aplicados recursos para resolver os problemas de assoreamento em alguns trechos do Sao Francisco.

Embora diga que a transposiçao só consumirá uma parcela reduzida do volume de água, Bezerra reconhece, no entanto, que o projeto deve diminuir a capacidade de geraçao de energia elétrica do rio. 'Haverá no projeto uma ligeira reduçao da produçao de energia, compensada por duas formas: pela interligaçao de todo o sistema energético brasileiro e pelas termelétricas que vao ser construídas em vários estados``, explicou o ministro.




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