O engenheiro Márcio Ferreira de Sousa, 34 anos, que matou a noiva, a recepcionista Natália Martins de Andrade, 28, e se suicidou no estacionamento da Volkswagen, em São Bernardo, na noite de quarta-feira, tinha recomendação médica para ser internado por conta da depressão que sofria.

A informação foi dada por familiares da vítima durante seu velório, na tarde de ontem, no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo. O corpo de Natália será sepultado hoje; o enterro do de Sousa foi realizado ontem.

“Ela disse que estava com ele durante uma crise nervosa, no sábado, e o médico recomendou a internação”, disse a tia de Natália, a cozinheira Francisca Edna de Andrade Braga, 50.

A família foi pega de surpresa com o caso, já que Sousa não era uma pessoa violenta. Os problemas psicológicos começaram a aparecer no início deste mês. No relato dado por Natália, ele chegou a escutar vozes.

O casal, junto há quatro anos, pretendia se casar em janeiro. O engenheiro tinha, inclusive, comprado um apartamento e iria começar a mobiliá-lo.

Segundo os familiares de Natália, Sousa deveria ter viajado para a Bahia a trabalho na terça-feira, mas ficou em casa pelo receio de estar sendo traído. No dia do crime, ele ligou durante todo o dia para o trabalho da vítima na montadora. Ela chegou a comunicar os pais do ocorrido.

A principal reivindicação da família, após a tragédia, é esclarecer como o engenheiro conseguiu adquirir o revólver. “Queremos que a polícia investigue isso, a facilidade como ele arranjou a arma”, disse Gesley Bonício Crociari, 37, primo de Natália.