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Professor australiano traz pára-raio individual para SP
Do Diário do Grande ABC
15/05/1999 | 14:36
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Um simples triângulo de metal é capaz de proteger uma pessoa de um raio com tensao de até 1,5 milhao de volts, o dobro da potência da mais elevada linha de alta tensao instalada no Brasil, a de Itaipu, com capacidade de 750 mil volts. Quem garante é o professor e cientista do Departamento de Eletricidade e Engenharia de Computaçao da University of Queensland da Austrália, Mat Darveniza. Para comprovar sua teoria, o professor australiano esteve hoje no Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de Sao Paulo (IEE/USP), onde ele mesmo se submeteu a um teste diante de engenheiros e jornalistas.

Darveniza ficou sob o triângulo de metal e os engenheiros da IEE simularam um raio de 1,5 milhao de volts. O resultado foi um sucesso e Darveniza saiu ileso. O pára-raio individual, ou protetor pessoal contra descargas atmosféricas, criado por Darveniza é uma das atraçoes do V Simpósio Internacional de Proteçao contra Descargas Atmosféricas (SIPDA), que será realizado de 17) a 21 de maio, no Centro de Convençoes da Engenharia Civil da USP.

O pára-raio individual tem a forma de um triângulo, feito de alumínio nas duas partes laterais e fita de cobre na base, onde a pessoa apoia os pés. Segundo Darveniza, o dispositivo deve ser usado em locais a céu aberto e é fácil de ser transportado, já que é portátil e móvel, podendo ser guardado dentro de uma mochila ou bolsa. De acordo com ele, as chances de uma pessoa ser atingida por um raio é de 1 para 2 milhoes de casos. Segundo o professor, no Brasil ocorrem 100 mortes por ano de pessoas que sao atingidas por raios.

O sistema de proteçao consiste em atrair o raio para a ponta mais alta do triângulo, fazendo com que a corrente elétrica se divida entre as duas hastes laterais de metal e anule o campo eletromagnético dentro do triângulo. O dispositivo é capaz de proteger até duas pessoas. O pára-raio individual foi concluído no final do ano passado, após três meses de desenvolvimento e testes. Segundo Darveniza, até agora nenhum contrato comercial entre a universidade e empresas privadas foi firmado para a produçao do dispositivo, que nao está patenteado.

O professor Darveniza, que há vários desenvolve pesquisas sobre descargas atmosféricas, repetirá o teste durante o simpósio, que vai reunir especialistas brasileiros e estrangeiros em proteçao de descarga elétrica para discutir a questao em cursos, conferências e sessoes técnicas. O blecaute recentemente ocorrido na regiao Sudeste do Brasil, também será discutido no simpósio. Na sexta-feira, a professora-doutora Maria Teresa Correia de Barros, do Instituto Superior Técnico de Energia, da Universidade Técnica de Lisboa, em Portugal, será a responsável pelo curso "Proteçoes de Subestaçoes Contra Raios" justamente a questao que provocou o blecaute no País, quando um raio atingiu uma subestaçao da Companhia Energética do Estado de Sao Paulo (Cesp), em Bauru.




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