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Região tem realidade positiva em radioterapia
Por Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
06/09/2011 | 06:30
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A dificuldade de outras regiões do Brasil no acesso ao tratamento de radioterapia, método que destrói células cancerígenas por meio de radiação, não reflete a realidade do Grande ABC.

Segundo a Sociedade Brasileira de Radioterapia, o problema para conseguir esse tratamento é preocupante principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde pacientes precisam viajar horas até conseguir assistência pelo Sistema Único de Saúde. Alguns Estados, como Acre e Roraima, sequer possuem o aparelho.

Hoje, a média nacional de espera para iniciar o procedimento é de seis meses. Na região, dez dias são necessários para dar o pontapé inicial contra o câncer.

Os pacientes oncológicos que necessitam do tratamento de radioterapia no Grande ABC têm duas opções: o Instituto de Radioterapia do ABC, localizado na Avenida Portugal, em Santo André, que atende a demanda de pacientes conveniados e do SUS, e o Centro de Alta Complexidade em Oncologia, que funciona no Hospital de Ensino Padre Anchieta, em São Bernardo.

Juntos, os dois centros têm três aparelhos em funcionamento. O quarto equipamento, do instituto, deve entrar em operação em novembro. A Sociedade Brasileira de Raditoerapia recomenda ter um aparelho para cada 240 mil habitantes. Hoje, na teoria, o Grande ABC precisaria, ao todo, de dez aparelhos para seguir o parâmetro. Porém, não há fila de espera para iniciar o tratamento. Até o ano passado, 100 mil pessoas aguardavam na fila em todo o País.

Em São Bernardo, de acordo com a Prefeitura, são atendidos em média 70 pacientes por mês. No Instituto, são cerca de 5.100, sendo que 30% correspondem aos pacientes da rede pública. Quando o novo aparelho entrar em funcionamento, estima-se aumento de 80% no atendimento. O equipamento custa em torno de US$ 1 milhão.

Para o oncologista da Faculdade de Medicina do ABC, Daniel Cubero, a qualidade no atendimento da região pode ser atribuída à tecnologia modernizada dos equipamentos e à atuação de profissionais capacitados. "É um círculo virtuoso: tem gente querendo aprender, gente querendo ensinar e pesquisas acontecendo. Se compararmos nossa região com o resto do País, é algo maravilhoso, por isso ainda importamos casos de outras cidades e até Estados."

Em outras regiões do País faltam investimentos e alternativas para facilitar o acesso ao procedimento. "O cenário é catastrófico e precisamos de investimento. Neste ano, 80 mil pacientes não vão receber radioterapia por não ter onde se tratar", explicou Carlos Manoel, presidente da SBRT.

 

Mecânico planeja volta ao trabalho após tratamento 

Alexandre Furtado de Souza, 34 anos, de São Caetano, interrompeu suas atividades profissionais em fevereiro, quando descobriu que tinha linfoma no tórax. A doença foi descoberta já em estado avançado, após uma forte crise de tosse.

Do diagnóstico até o início das oito sessões de quimioterapia, realizadas no Hospital Estadual Mário Covas, correram 20 dias. Em seguida, encaminhado pela Prefeitura de São Caetano, o mecânico começou o tratamento de radioterapia.

Hoje, cinco vezes por semana ele se dirige ao Instituto de Radioterapia do ABC para fazer as 22 sessões que foram recomendadas por seu oncologista. Cada uma dura cerca de cinco minutos e rende algumas dores no estômago. "Mas passa rápido", conta. Após concluir o tratamento, o mecânico terá de permanecer mais seis meses tomando medicações.

"Depois disso quero voltar ao trabalho. Foi um período difícil, me senti como um idoso. Fiquei muito debilitado."




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