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Fim da redução de IPI esvazia concessionárias
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
29/03/2010 | 07:00
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O último fim de semana de vendas de automóveis com redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) provocou corrida dos consumidores para garantir bons preços e esvaziou estoques das lojas da região. As concessionárias registraram aumento de até 50% na procura e viram a maioria dos modelos acabar antes mesmo do fim da desoneração, que acontece quarta-feira.

A Conshop de Santo André, concessionária especializada em automóveis da Volkswagen, já não possuía mais itens no estoque ontem. "Vendemos tudo. Para venda ainda com o benefício, só sobrou um Fox e três Gols, mas só por conta da cor vermelha", afirma a gerente de vendas do local, Patrícia Abade.

O aumento no fluxo de movimento também ajudou as lojas da rede Ford Sandrecar. Segundo o gerente da unidade de São Bernardo, Manoel Bezerra de Souza Júnior, foram vendidos 300 veículos apenas neste fim de semana. "Isso em todas as vendas feitas desde sexta-feira, nas seis lojas do grupo. Mas é um número incrivelmente bom, bem acima do esperado", diz.

O gerente completa que quem deixou para escolher o novo automóvel na última hora, pode se decepcionar. "Quem vier a partir de amanhã (hoje), já vai pegar preço mais alto. Nossos estoques diminuíram demais. Ka, Fiesta e EcoSport já não serão mais encontrados para venda com o desconto no imposto", avalia.

Foi o que aconteceu com a maioria dos consumidores que resolveu aproveitar os bons preços na tarde de ontem. Na Fiat Sinal de São Bernardo, o funcionário público Vitor Barroso viu o sonho de comprar um automóvel Punto ficar para depois. "Pesquisamos muito os preços e agora o vendedor avisou que não tem mais carros no estoque para serem vendidos sem o IPI. O prazo dele para chegada do veículo foi de 40 dias. Vamos ter de esperar mais um pouco para ver se poderemos levar", explica.

Na mesma loja e procurando o mesmo item, Bruno Daniel Barroso preferiu arriscar e comprou o automóvel mesmo com o prazo de entrega alto e sem desoneração fiscal. "Conversamos com o vendedor e não achamos muita diferença no preço. Perdemos a promoção, mas deu para negociar", atesta.

O gerente da loja, Luis Augusto Ribeiro Veloso, declara que os modelos Idea e Siena também já não são mais encontrados nas lojas. Uno e Palio possuíam estoques baixos ontem. Houve maior preparo da montadora para procura desses carros, mas as vendas estão muito fortes", completa.

Saída de móveis aumenta 30% na região

As lojas de móveis do Grande ABC também registraram aumento de até 30% na vendas de produtos neste fim de semana por conta da aproximação do fim da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrilazados). Na rua Jurubatuba - conhecido local de comércio de móveis da região - o movimento era intenso ontem à tarde. Os anúncios sobre o fim da desoneração fiscal fizeram com que muitos consumidores saíssem de casa para conferir preços.

"Nos mudamos de apartamento recentemente e agora estamos trocando a sala de jantar e de estar. Viemos conferir se valia a pena aproveitar os valores antes da volta do imposto", argumenta o engenheiro Marcelo Batista.

O casal Eduardo e Vania Anze saiu da Capital para verificar os custos dos móveis na região. "Os preços aqui são bons e vimos na TV que este era o último fim de semana com os descontos. Vamos levar um sofá", conta Anze.

O vendedor da loja Venezia Arte e Design, Bruno Cruz Guilherme, explica que sofás e móveis planejados são os itens que mais tiveram saída com o benefício fiscal. "Sem o imposto, esses móveis que custam mais caro ficam mais em conta. Coloque na ponta do lápis quanto sai um móvel de R$ 20 mil sem 10% de imposto. Faz toda a diferença", diz.

Clara Alves, vendedora da Mohian atesta que móveis da sala de jantar também tiveram maior saída graças à desoneração fiscal. "Muitos se aproximam sem saber o que encontrarão. Esses móveis saem mais muito também por conta das negociações."

REDUÇÃO - O setor moveleiro foi o único que conseguiu obter um benefício permanente. A partir de 1º de abril, quem comprar móveis pagará apenas 5% de IPI, metade do tributo cobrado anteriormente.

"Teremos de negociar muito com fabricantes e também consumidores, mas ainda ajuda na competitividade dos preços", alerta a gerente da Plenitude Design Sonia Lancha.

Hermes Soncini, presidente do SimABC (Sindicato da Indústria de Móveis de São Bernardo do Campo e Região) também torce para que a saída dos itens continue alta mesmo com a volta da tributação. "Gostaríamos que não houvesse aumento, mas se pensarmos bem é melhor só 5% do que 10%."

O sindicalista atesta que a SimABC divulgará nesta semana como o setor moveleiro reagiu às vendas com o benefício fiscal.




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