Economia Titulo
Ajuda ao sistema europeu espalha otimismo pelo mundo
14/10/2008 | 07:09
Compartilhar notícia


A criação de fundos nacionais em sete países europeus e no Reino Unido, que já somam ajuda de 198,5 bilhões de euros para capitalizar bancos e 1,32 trilhão de euros em garantias de depósitos, impulsionou o mercado financeiro ontem, fazendo as bolsas americanas subirem no maior nível percentual desde os anos 1930. A valorização lá fora beneficiou o Brasil, cujo sistema financeiro também recebeu um reforço do BC (Banco Central, que divulgou novas medidas para flexibilizar o recolhimento dos depósitos compulsórios, ampliando a liquidez em pelo menos R$ 100 bilhões.

As bolsas na Europa fecharam em alta, com os principais índices da França, Alemanha, Itália e Espanha subindo acima de 10%, levando otimismo para as bolsas americanas, cujos investidores esperam novas medidas do governo para combater a crise. Em Nova York, o Dow Jones subiu 11,08%, a maior alta percentual desde 1933. O Nasdaq subiu 11,81%. O S&P 500 subiu 11,58, na maior alta percentual em único dia desde 1939.

O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) subiu 14,66% aos 40.829,13 pontos, a maior variação positiva desde 15 de janeiro de 1999.

O principal motivo para a onda de otimismo teve início anteontem, em Paris, quando os líderes dos 15 países que integram a Zona do Euro afirmaram que garantiriam os empréstimos interbancários até 2009 e permitiriam que os governos comprem ações de instituições financeiras em dificuldade. Ontem, planos de ajuda foram anunciados pela Alemanha, Holanda, Noruega, França, Espanha, Itália e Portugal na esteira do anúncio de medidas no Reino Unido para estatizar partes de seu sistema bancário. A previsão é de que, até amanhã, outros dos 15 países da Zona do Euro anunciem medidas regionais para estancar a crise no Velho Continente.

"Nós estamos muito satisfeitos ou, melhor, imensamente aliviados com o fato de que a zona do euro chegou a um plano para combater o atual estresse financeiro", informou o BNP Paribas, em relatório divulgado ontem a clientes. "Nós saudamos sinceramente o fato de que alguma coisa foi feita, finalmente."

"Ninguém pode esperar que qualquer uma dessas medidas possa evitar a recessão. As forças da contração econômica já estão em movimento há muito tempo devido à crise de crédito", disse Mike Lenhoff, estrategista-chefe da Brewin Dolphin Securities em Londres, à agência de notícias Dow Jones.

"Mas a intenção por trás da introdução das ações coordenadas e, em grande parte, a resposta uniforme têm como objetivo restaurar a confiança e prevenir que a recessão se transforme em algo muito pior", acrescentou o especialista.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;