Do vilarejo de Domorovce (sudeste) até a fronteira administrativa entre Kosovo e Sérvia, passando por Gnjilane e Prizren (sul), até os limites de Djakovica (sudoeste), as aldeias formam uma paisagem desoladora.

Durante uma excursao promovida pelo exército sérvio para correspondentes estrangeiros, o coronel Slobodan Stojanovic informa a presença de ``terroristas' do Exército de Libertaçao do Kosovo (UCK), entre as cidades de Stimlje e Dulje. Desde o começo do conflito, em fevereiro de 1998, este setor da rota estava controlado pelos separatistas do UCK.

A cidade de Gnjilane mostra rastros dos ataques aéreos da Organizaçao do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A estaçao de ônibus e um quartel foram totalmente destruídos, o comércio está vazio e suas janelas foram quebradas, o que revela saques. A saída da cidade, se vêem arder em chamas os povoados da regiao de Trpeza.

Ao longo do rio Lepenac, rolos de fumaça sobem das aldeias construídas sobre as encostas das colinas. O único contraste nesta paisagem dantesca é a aldeia de Trpce, habitada pelos sérvios, que segue intacta. Policiais e soldados montam guarda na entrada e na saída da aldeia. Todos levam fitas coloridas para facilitar a identificaçao entre as tropas na zona de guerra. A cor das fitas muda diariamente, como um código secreto, explicou um especialista em questoes militares.

"Desde quando começaram os ataques, estamos sem azeite e açúcar. E nos cortam a eletricidade todos os dias, às 17h00", afirma um anciao sérvio.

Entre Prizren e Djakovica, restos calcinados de tratores indicam os lugares de estrada onde um comboio de refugiados foi atingido na terça-feira por ataques aéreos, atribuídos pelos sérvios à Otan. Nove cadáveres jaziam à beira da estrada.