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Nostalgia em Super 8
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
21/10/2010 | 07:02
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Em tempos em que a tecnologia tem atraído a atenção do mundo do cinema, ainda há espaço para nostalgia. O diretor Edson Costa deixou de lado a alta definição para apostar na película com o curta-metragem Ópera de Arame (2008), selecionado para fazer parte da programação deste ano do Festival Internacional de Cinema de Super 8, em Curitiba. As atividades do evento começam amanhã, com a sessão do filme ocorrendo na noite de abertura como parte da mostra competitiva.

"O diferencial do festival é que ele é muito focado. Vamos exibir para quem conhece o Super 8 e trocar experiência com quem trabalha com ele. Não será apenas uma exibição", diz o cineasta paulistano. O curta é um projeto da Corja Filmes, núcleo independente de realizações audiovisuais de Santo André, da qual Costa faz parte desde 2007.

Ópera do Arame nasceu em 2008 como trabalho de conclusão de curso dos então alunos da Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André. A proposta de filmar em Super 8 logo foi aceita pelos estudantes. "Chegamos ao formato pela curiosidade. Todo o filme foi construído para esse estilo de filmagem", explica o formando da turma três da entidade. "A experiência fez com que nos apaixonássemos pela técnica e ainda mais pelo cinema."

Gravado em três dias em São Bernardo - devido ao aluguel dos equipamentos -, o curta toma como ponto de partida as complicações dos relacionamentos. Um casal vive junto, mas a dura rotina faz com que quase não tenham contato um com o outro. O fim da união entre eles marca o início da quebra da rotina para tentarem ficar mais próximos do que nunca. Com apenas quatro frases e pouco mais de dez minutos de duração, Ópera de Arame foi finalizado no ano passado e já circulou por alguns festivais nacionais. Apesar de ter sido gravado em Super 8, a edição foi feita em sua versão digitalizada.

O papel de diretor chegou até Costa por meio do rodízio de funções que caracteriza o núcleo audiovisual. Segundo ele, seu argumento e roteiro acabaram prevalecendo e a direção se tornou algo natural. "Eu cozinhei, lavei louça e fiz outras funções, mas tive maior espaço para criar."

A experiência em lidar com película fez com que valorizasse mais esse tipo de produção. Ao contrário do meio digital, no qual é possível ver o material e regravar quantas cenas forem necessárias, o projeto não abriu margem para falhas. "Não podíamos errar o que seria feito porque comprometeria o filme inteiro. Quando víamos que a filmagem tinha funcionado era um grande alívio", revela Costa.

A novidade do contato com o Super 8 agradou e o diretor tem projeto para ser filmado no formato no ano que vem. "O filme foi um grande aprendizado para todos os envolvidos. Hoje sabemos que temos a capacidade de filmar em película", afirma. O resultado satisfatório com o curta-metragem confirma isso.




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