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Processo contra a Microsoft na metade do caminho
Do Diário do Grande ABC
10/01/1999 | 12:00
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A quase três meses de iniciado o julgamento contra a Microsoft, o governo norte-americano tenta provar que a empresa de informática incorreu em práticas monopolistas graças a uma política de intimidaçao sistemática de seus competidores.

Na queixa, na qual estao associados 19 Estados, o governo dos Estados Unidos acusa a Microsoft de privilégios exclusivos nos sistemas de exploraçao - Windows - para impor seu programa de navegaçao - Internet Explorer - em detrimento dos produtos da Netscape. Além disso, acusa o gigante da informática de impor contratos restritivos, de práticas desleais em matéria de preços e de tentar dividir o mercado - comportamento favorecido pela onipresença do sistema Windows em nove em cada 10 computadores do mundo.

O dono da Netscape, James Barksdale, considerado um dos principais responsáveis pela queixa, foi o primeiro a acusar a Microsoft de ter tentado convencê-lo a aceitar uma divisao do mercado ou de arriscar-se a ser esmagado. Foi seguido no tribunal pelos responsáveis de Intel, Apple, IBM, America Online e Sun Microsystems.

Para o grupo de Bill Gates, a compra da Netscape pela America Online - líder em serviços na rede - por mais de US$ 4 bilhoes nao faz mais que refletir a velocidade de inovaçao e de mutaçao na indústria de alta tecnologia e da Internet. ``O Departamento de Justiça e seus economistas têm visao completamente estática desta indústria', estimou David Heiner, um dos advogados da Microsoft.

``Por que a Netscape obteve US$ 4 bilhoes apesar de distribuir gratuitamente seus programas de navegaçao?', perguntou-se Bill Gates. Preferiu nao deixar claro que, com a distribuiçao gratuita do Explorer com o Windows, a Microsoft forçou a Netscape a doar seu programa. A fusao America Online e Netscape produziu satisfaçao na Microsoft durante o processo: o Estado da Carolina do Sul estimou que essa compra e a aliança entre American Online e Sun ``provam que as regras da livre concorrência funcionam', e que a queixa nao tem razao de ser. O juiz Thomas Jackson, que preside o julgamento, considera que a transaçao ``poderia ter impacto imediato sobre a definiçao do mercado', dando a entender que pesará na hora de decidir sobre eventuais sançoes.




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