Setecidades Titulo Mutirão da Catarata
Causas de infecção seguem desconhecidas

Após 11 dias das cirurgias no HC, em S.Bernardo, não se sabem os motivos da contaminação

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
10/02/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Após 11 dias da realização de mutirão de catarata no HC (Hospital de Clínicas) de São Bernardo, que deixou ao menos 15 pacientes cegos, segundo as famílias, a Prefeitura não sabe quais são as causas da contaminação pela bactéria Pseumonas sensível. Dos 27 pacientes operados, 21 apresentaram o problema.

O Executivo disse ter convidado o MP (Ministério Público) para acompanhar o processo de investigação. Os procedimentos foram realizados no dia 30 de janeiro pelo Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, terceirizado pela administração municipal.

A Prefeitura informou também que, por iniciativa própria, suspendeu temporariamente o contrato com a empresa até que as investigações sejam concluídas, conforme o Diário anunciou no sábado. A administração são-bernardense mantinha convênio com o instituto desde 2013. Neste período, a Secretaria de Saúde municipal repassou R$ 2,4 milhões à contratada, sendo R$ 177,7 mil apenas neste ano.

Na sexta-feira, o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) já havia protocolado pedido de investigação do caso no MP. Na ocasião, o órgão informou que a Promotoria de Justiça de São Bernardo estava reunindo informações sobre o caso. O mutirão também pode virar CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara, a pedido do vereador Julinho Fuzari (PPS), também protocolado na sexta-feira.

A Prefeitura não confirma o número de pessoas que perderam a visão, que já teria chegado a 15, conforme o Diário apurou. Em nota, limitou-se a afirmar que “o quadro clínico dependerá da evolução de cada um, ainda em curso.”

Um dos pacientes contaminados durante a cirurgia de catarata foi o aposentado Expedito Batista, 66 anos. O morador do bairro Baeta Neves adora dirigir e costumava viajar sempre para Minas Gerais com a mulher. Ele está desolado e compara a perda à morte. As famílias dos pacientes afetados estudam entrar com ação coletiva na Justiça.

Embora afirme que as causas da contaminação poderão ser conhecidas apenas após a conclusão da sindicância aberta, a administração do prefeito Luiz Marinho (PT) aponta que a bactéria causadora da contaminação não está presente na flora bacteriana do hospital. “Somente a investigação poderá esclarecer qual a forma de contágio, que pode ter se dado pelos medicamentos ou pelos insumos usados nos procedimentos cirúrgicos ou outros meios”, afirmou, em nota.

 




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