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Ivete Garcia e Vanderlei Siraque travam hoje a batalha final da prévia
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
25/11/2007 | 07:00
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A sorte está lançada. O PT escolhe hoje quem o representará na eleição à Prefeitura de Santo André, no próximo ano.

De um lado, a vice-prefeita e secretária de Orçamento e Planejamento Participativo, Ivete Garcia, com o apoio de todo o secretariado do município, de representantes do governo federal e dos vereadores Maria Ferreira de Souza, a Loló, e José Montoro Filho, o Montorinho.

De outro, o deputado estadual Vanderlei Siraque, cujos principais cabos eleitorais são o prefeito João Avamileno e os vereadores Antonio Leite, Claudio Malatesta e Jurandir Gallo.

O segundo turno da eleição interna do PT terá início às 9h. A partir das 17h, quando a votação for encerrada, o partido começa a apuração de um dos processos mais desgastantes de sua história. Rachado internamente por conta da disputa, algo que não ocorria desde 1992, o partido terá de juntar os cacos a fim de permanecer no comando da cidade a qual administra há três gestões consecutivas.

No primeiro turno, realizado em 11 de novembro, Ivete Garcia saiu na frente. Obteve 1.076 votos contra 1.069 de Siraque. Uma diferença inesperada de sete votos – a organização das duas campanhas acreditavam que venceriam o pleito com uma diferença de centenas de votos.

Desacreditado, o outro pré-candidato, o ex-vereador Ivo Martim, foi o responsável pelo segundo turno mesmo somando somente 65 votos. Foi o derrotado que, de certa forma, saiu vitorioso do processo. Agora, estará ao lado de Ivete no segundo turno.

O apoio de Ivo, inclusive, é um dos grandes trunfos da equipe que coordena a campanha da vice-prefeita no embate decisivo deste domingo. Já a organização da campanha de Siraque se apega na possibilidade de convencer boa parte dos cerca de 600 petistas que não compareceram às urnas no primeiro turno para virar o jogo.

No primeiro round entre os dois petistas, o partido até tentou demonstrar certa unidade. Mas bastou o resultado das urnas ser anunciado para as feridas voltarem a ficar expostas. Assim como já havia feito no início da disputa, Siraque voltou a acusar a campanha de Ivete de usar a máquina administrativa em favor dela.

As declarações do deputado caíram como uma bomba no partido e no governo Avamileno. Não foram bem digeridas, inclusive, pelos seus próprios apoiadores.

Desde então, os dois pré-candidatos passaram a adotar o silêncio. A semana que antecedeu o pleito de hoje não deixou dúvidas: Ivete e Siraque foram preservados ao máximo pelos seus assessores. Quase nenhuma declaração a respeito da disputa.

Mesmo quando havia demanda por parte da imprensa, a exemplo da realização de um debate entre eles, a reportagem não teve acesso aos pré-candidatos. Tanto Ivete quanto Siraque se pronunciaram somente por meio das respectivas assessorias.

PROBLEMAS

Ninguém se arrisca a apostar em um favorito. O resultado do primeiro turno trouxe ainda mais dúvidas. Uma das poucas certezas que os petistas têm é que, independentemente do resultado deste domingo, a sigla terá como grande desafio tentar esquecer as acusações, as ameaças e as falhas que nortearam o processo.

Para a eleição de 2008, há tempo para os interlocutores tentarem unir o partido em torno da candidatura vencedora, avaliam os filiados. O temor, agora, é que a prévia, qualquer que seja o seu resultado, venha a interferir negativamente na governabilidade de Avamileno.

O prefeito tem trabalhado no sentido de evitar com que o desgaste da disputa influencie diretamente na administração. Mas, por outro lado, não tem conseguido disfarçar o incômodo com a situação atual, na qual ele se sente desrespeitado por não ter o apoio da equipe de governo.

Especula-se que, a interlocutores, Avamileno tem dito que perdeu a confiança no secretariado e, exatamente por isso, deverá trocar algumas peças para o final do mandato, no próximo ano.

 Outro assunto que pesa contra o PT é que, antes mesmo de sair da prévia, o partido enfrentará novo embate: o PED (Processo de Eleição Direta), que indicará o presidente municipal do diretório. A divisão no partido é tão grande que nada menos do que dez pessoas concorrem ao cargo na eleição do dia 2 de dezembro.




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