Economia Titulo Produção
Indústria química prevê aporte de US$ 132 bilhões até 2020
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
05/12/2009 | 07:09
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A Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) apresentou ontem projeto para fortalecer o potencial nacional do setor e fazer do País um dos cinco maiores produtores mundiais nessa atividade.

O denominado Pacto Nacional da Indústria Química prevê que as empresas do segmento façam investimentos de, aproximadamente, US$ 132 bilhões até o final de 2020. Também prevê que seja reduzido o déficit comercial a zero, estimado em US$ 18 bilhões para 2009. Com isso, seriam gerados 2,3 milhões de empregos.

"O setor químico é um setor de base da economia. Incide muito no PIB (Produto Interno Bruto). Este é o momento de colocar os participantes da indústria na mesa e definir qual será o nosso futuro e do Brasil", afirmou o presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Bernardo Gradin. Ele comentou sobre o pacto durante o 14º Encontro Anual da Indústria Química, ontem em São Paulo. Gradin, que também preside a Braskem, diz que US$ 87 bilhões do aporte "seriam apenas para acompanhar o crescimento do PIB, levando em consideração a média de 4% ao ano".

O projeto prevê, além dos investimentos da iniciativa privada, contrapartidas do governo e políticas transparentes, afirma Gradin. Entre elas, estímulos tributários no setor, melhorias na competitividade no fornecimento de matérias-primas, incentivos ao desenvolvimento tecnológico, avanço no setor de logística e acesso ao crédito. "Metas claras e amplas para o desenvolvimento do País exigem melhorias em todos os setores de base", completa. Para discutir com o governo, o setor prevê a criação de um grupo de trabalho.

O presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, quebrou o protocolo e dispensou sua apresentação para comentar o documento. "O Brasil vai crescer, mas não vou dizer que não tenha uma série de desafios pela frente. Precisamos pensar em longo prazo. A indústria química, principalmente a petroquímica, deve ser pensada 20 anos para frente." Ele concordou com os planos da Abiquim e destacou que o BNDES pode mudar os projetos já traçados para o setor.

Um dos principais temas que devem ser discutidos sobre o gás natural. "Estamos construindo modelos para que os preços do gás à indústria sejam mais competitivos", afirmou o presidente executivo do Conselho Diretor da Abiquim, Nelson Pereira dos Reis.

José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, explicou que a estatal já fechou contratos de fornecimento de gás até 2013, sem contar com a possível extração do pré-sal. "Em 2013 a demanda por gás natural será triplicada", diz.

BALANÇO - A Abiquim espera queda de 7% no faturamento líquido ao fim de 2009. Enquanto a receita de 2008 foi de R$ 222,3 bilhões, a associação prevê que o setor fechará este ano com R$ 206,7 bilhões.




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