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Vida e estilo de Coco Chanel
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
27/12/2009 | 07:07
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Homenagem é o que não falta a Gabrielle Coco Chanel. São filmes, livros, documentários, todos com a estilista como peça-principal de uma história que até hoje rende dividendos para a moda. Para rechear ainda mais essa lista de tributos, Janet Wallach acaba de lançar o livro Chanel - Seu Estilo, Sua Vida (Editora Arx, 184 páginas, R$ 49,90).

Talvez pelo fato de ter sido uma mulher à frente de seu tempo, Chanel transformou seu nome em marca. A loja, cuja sede é em Paris, tem filas quilométricas até hoje. O seu legado? Pretinho básico, o uso de calça pelas mulheres, sapato, perfume, bolsa, o tailleur e muita, muita atitude.

"Celebrar Chanel é celebrar a vida no século 20, mas especialmente a maneira como ela viveu. Tudo o que fazia e dizia revelava seu estilo e seu bom gosto, único e pessoal. Gostava de afirmar que era uma estilista de sucesso porque foi a primeira a viver a vida do século 20", ressalta a autora na introdução do livro.

Embora com muito glamour, a vida de Gabrielle não foi só flores. O livro em questão - assim como o filme recém-lançado com o nome Coco Antes de Chanel (Anne Fontaine) - conta a trajetória da garota que, após a morte da mãe, foi abandonada pelo pai em um orfanato.

Por se sentir sozinha e infeliz, a rebeldia foi a forma que encontrou de encarar a sua realidade. Era uma garota pobre e, por isso, foi humilhada pelas colegas.

O fato de não ter recursos, no entanto, não matou o talento que a estilista tinha de observação. O requinte, os cortes dos tecidos mais caros e até as roupas das freiras serviram, futuramente, como inspiração para a estilista, que aprendeu a costurar no internato, onde foi morar aos 18 anos.

Foi o que precisava para começar a escrever sua história: Gabrielle tinha sede de riqueza. Esse pode ter sido um dos motivos para que ela, como cortesã, buscasse amantes ricos. Eles faziam todas as suas vontades e foram também a principal fonte de inspiração, já que usava até mesmo seus blazeres - depois adaptados no tailleur - e calças.

O único, porém, que Chanel amou de verdade foi o jogador de polo Arthur Boy Capel, financiador de sua primeira maison.

FEMINISTA - Sem prever, Gabrielle libertou as mulheres do incômodo espartilho e as ajudou, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a trabalhar de forma mais confortável: criou o conjunto com casaco estilo safári que, por sinal, continua como tendência. "Com suas criações, Chanel deu poder às mulheres, mudando o modo como viam a si mesmas, sua forma de movimento, seu modo de sentir, o modo de vestir", resume trecho da publicação.

Mesmo com seu jeito transgressor, o cabelo curto, as saias bem menores que as convencionais e toda sua atitude, conseguiu ganhar as colunas sociais e o respeito no mundo da moda. Faleceu em janeiro de 1971, no Hotel Ritz Paris, em um domingo - dia que ela detestava porque era quando esperava o pai buscá-la no orfanato.




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