Economia Titulo Metalúrgicos
Lay-off de 2.500 pessoas acaba em janeiro
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
05/12/2015 | 00:18
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Cerca de 2.500 funcionários da indústria automotiva no Grande ABC terão o prazo do lay-off (suspensão temporária por tempo de trabalho) encerrado em janeiro. A medida, que passou a ser utilizada pelas montadoras no fim do ano passado para adequar a produção por causa da baixa demanda, prevê afastamento dos empregados por até cinco meses com os salários pagos pelo governo federal, por meio do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Passado esse período, se a empresa optar por manter a suspensão, terá de arcar sozinha com os gastos.</CS></CW>

Do total de operários afastados, cerca de 1.750 são da Volkswagen, em São Bernardo, que colocou 2.350 funcionários em lay-off no início de julho. Desse número, parte voltou ao trabalho em novembro depois que a empresa aderiu, em setembro, ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego). Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, os que ainda estão afastados devem retornar à fábrica após o término das férias coletivas de fim de ano, em 5 de janeiro.

A entidade diz que esses trabalhadores também serão incluídos no PPE, ferramenta lançada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em julho e que dá ao empregado a possibilidade de reduzir em até 30% a carga horária e os salários pagos em momentos de crise. Metade do valor suprimido – até 15%, portanto – é coberta pelo FAT, com teto de R$ 900,84, o equivalente a 65% do maior valor do seguro-desemprego. O prazo para adesão ao plano é 2016. O programa ficará vigente até 2017. Durante o período de participação, a empresa não pode demitir.

Para os empregados da General Motors, em São Caetano, a situação é mais tensa. Isso porque, segundo o presidente do sindicato dos metalúrgicos da cidade, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, ainda não há definição sobre o futuro de 758 operários que terão o lay-off encerrado em janeiro – sendo 158 no dia 7 e outros 600 no dia 17. O sindicalista diz que, na semana que vem, enviará ofício à montadora para solicitar que a suspensão dos contratos seja prorrogada. Se não houver acordo, existe a possibilidade de que a GM decida demitir esse grupo, como aconteceu em julho, quando 419 que estavam afastados foram cortados porque os níveis de produção se mantiveram em baixa.

Procurada pelo Diário desde o início da semana, a empresa não se manifestou.

Questionado sobre eventual adesão da GM ao PPE, Cidão garantiu que não existe essa possibilidade. “Porque eu não quero. Eu não concordo e não enxergo o PPE como um instrumento capaz de resolver o problema que estamos vivendo”, comenta o sindicalista, cuja entidade é filiada à Força Sindical. A central tem como principal liderança o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), um dos principais opositores ao governo Dilma Rousseff.

Em todo o País, segundo balanço divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência, 32,6 mil trabalhadores haviam aderido ao PPE até o fim de novembro. Desse total, cerca de 76,5% são de empresas do Grande ABC, sendo que a maioria é da indústria metalúrgica. 




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