Economia Titulo Veículos
Venda de carros usados está em alta em 2015

Ao mesmo tempo, emplacamentos de automóveis zero-quilômetro têm queda de 20,02%

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
13/06/2015 | 07:04
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Claudinei Plaza/DGABC


Enquanto as montadoras de veículos sofrem para tentar esvaziar os pátios, o mercado de carros usados e seminovos ganha força. Entre janeiro e maio, 3,9 milhões de unidades nessa condição (entre automóveis e comerciais leves) foram vendidas no País, 1,87% a mais do que os 3,8 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Os dados são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Considerando os carros de passeio e as picapes zero-quilômetro, houve queda de 20,02% nos emplacamentos no acumulado de 2015 ante os cinco primeiros meses de 2014. Na comparação com o volume de vendas de usados em maio, houve queda de 0,64% na comparação com o mesmo período do ano passado. A redução, entretanto, é bem menor do que entre os veículos novos: -26,24%.

Do total de automóveis e comerciais leves vendidos no Brasil de janeiro a maio deste ano, 21,2% eram zero-quilômetro. Nos cinco primeiros meses de 2014, essa fatia era de 25,6% e, em 2013 – quando o governo havia reduzido a alíquota do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para carros novos –, 27,6%.

Especialista no setor, o professor Valdner Papa, da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), explica que, tradicionalmente, o crescimento do mercado de usados e seminovos cresce quando o de novos vai mal. “É uma substituição da demanda por motorização. Há uma queda de preços e os usados passam a ser alternativa atraente do ponto de vista financeiro.” Papa, que é diretor da Fenabrave, vê potencial de crescimento por, pelo menos, mais dois anos.

O consultor automotivo Paulo Roberto Garbossa acrescenta que outra transação comum é quando o cliente substitui seu carro por outro de menor valor e recebe a diferença em dinheiro – a chamada troca com troco. “Diante da instabilidade econômica, a pessoa vende o veículo e ainda recebe uma quantia para pagar dívidas ou, simplesmente, para se resguardar”, comenta.

Vendedor de loja de automóveis dentro de um shopping especializado de Santo André, Ilson Roberto Zapparolli, 63 anos, diz que a média de carros vendidos em um mês no estabelecimento teve alta aproximada de 15% de abril para maio, passando de 70 para 80 unidades. “No segundo semestre, esperamos que aumente ainda mais, pois diminuem as despesas escolares e os trabalhadores recebem o 13º salário e, em alguns casos, a PLR (Participação nos Lucros e Resultados)”, opina.

Na tarde de ontem, o administrador de empresa Vergílio Cordioli Filho, 61, havia acabado de comprar um veículo fabricado em 2008. “As lojas de usados oferecem taxas de juros mais vantajosas. Além disso, não compensa comprar um novo, pois, no primeiro ano de uso, a desvalorização já é de 30%”, compara.

PROMOÇÕES ­- Montadoras estão lançando promoções para tentar atrair compradores de veículos zero-quilômetro. A GM apelou para São Caetano – o santo que dá nome à cidade onde a empresa possui fábrica – para tentar alavancar as vendas. Os clientes que adquirirem carros da Chevrolet e ficarem desempregados terão um ‘milagre’: a possibilidade de não pagar até quatro parcelas (com valor máximo de R$ 1.500) do financiamento. Neste mês, os consumidores também poderão escolher o valor da entrada e o número de parcelas.

A Ford, que possui unidade fabril em São Bernardo, está com toda a linha de automóveis a juro zero – desde que sejam atendidos os requisitos de entrada mínima e número de parcelas definidas pela empresa. A Renault também optou por zerar as taxas de juros na tentativa de impulsionar as vendas. Assim como na Ford, para obter essa condição, é preciso seguir critérios estabelecidos.

Já a Nissan promete pagar 100% do preço da tabela Fipe no veículo usado do cliente e negociado como entrada. Entretanto, essa condição só vale para a compra dos modelos March 1.0 e Novo Versa 1.0. Para que a avaliação seja integral conforme a tabela, é preciso que o carro tenha sido fabricado a partir de 2013 e que o valor não ultrapasse os R$ 40 mil. É exigido que a quilometragem não supere 15 mil quilômetros por ano. 




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