Não ficar estressado, ter uma rotina tranqüila, trabalhar ao lado de casa... Em resumo: ter tempo para você. Difícil, não? Sim, muito difícil, mas necessário. É o que o Slow Movement (ou movimento lento) tem tentado passar para as pessoas.

E é este o tema da reportagem de capa desta semana (páginas 8 a 11), que mostra alternativas e pessoas que procuraram mudar de vida para ter paz de espírito. Não, não é nada fácil, ainda mais porque não temos o hábito de conseguir nos desligar do que acontece ao redor e pensar em nós mesmos.

Juro que eu tento, às vezes, diminuir o ritmo, não me sobrecarregar com muitas coisas, mas acabo sempre perdendo de mim mesma. O máximo que consigo é deixar por alguns dias de ir ao sacolão ou, quando estou cansada, sem forças, apelo para compra de supermercado pela internet.

Na verdade, acho que a gente está tão acostumada com a velocidade com que as coisas acontecem que, quando começamos a desacelerar, ficamos com culpa, ou com abstinência da correria. Sim, parece um vício.

E, assim como todo vício, traz conseqüências físicas: colesterol; diabetes, pressão alta, problemas no coração etc, etc, etc. Por isso, o Slow Movement vem em boa hora. O duro é tentar segui-lo, mas não custa fazer uma força.

O que mais chama a atenção é que algumas atitudes nem são tão complicadas. Por exemplo, aquela história de separar todos os dias pelo menos 30 minutos para exercícios moderados é uma das ações que podem ajudar nesse encontro consigo mesmo. E é só meia hora, nada mais.

É claro que não se fala de moleza demais nem de preguiça. Simplesmente de dar um tempo para você, para se conhecer e aprender a entender como é sua vida. Por isso: lanço aqui um desafio. Nesta próxima semana, tente ficar cinco minutos parado sem fazer nada e vá aumentando o tempo gradativamente até chegar a meia hora. Esse desafio não é competição. É apenas uma forma de mostrar que você também é capaz de fazer as coisas mais devagar.