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Instituição completa 27 anos formando crianças e jovens para a vida

Amélia Rodrigues, em Santo André, mantém 215 pessoas, entre 3 meses e 17 anos

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
17/11/2013 | 07:00
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Há 27 anos, a Instituição Assistencial e Educacional Amélia Rodrigues, localizada na Vila Guiomar, em Santo André, convida a todos a olhar com os olhos do coração. Com essa visão, a entidade mantém atividades educativas, culturais e esportivas a crianças e adolescentes dos núcleos Tamarutaca, Sacadura Cabral e Palmares. O intuito é proporcionar condições para que os moradores se tornem cidadãos conscientes e participativos na sociedade.

O que começou com dez crianças num departamento do Centro Espírita Bezerra de Menezes, aumentou gradativamente. Hoje, são atendidas 215 pessoas, com idade entre 3 meses a 17 anos. “Nossa primeira preocupação era alimentar adequadamente essas crianças para que crescessem em condições de enfrentar os problemas da vida como cidadãos”, destaca a fundadora da instituição e presidente da entidade, Terezinha Sardano.

Dessa forma, as crianças são divididas em grupos de acordo com a faixa etária. Os menores – com idade entre zero e 3 anos – passam o dia na instituição, entre 7h30 e 16h30. Lá, recebem desde café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Já os mais velhos são atendidos no contraturno escolar e participam de atividades como oficinas de artes plásticas, dança, ecologia, além de complemento na aprendizagem por meio do universo lúdico. Neste caso, são duas refeições.

“Trabalhamos valores como ética, solidariedade, a importância da família e a compaixão de uma forma laica”, explica a educadora Viviane Aparecida Gabriel. Segundo a professora, os trabalhos visam superar as dificuldades apresentadas pelos estudantes por meio de exercícios lúdicos. “Eles já passam cinco horas numa sala de aula formal, por isso, o enfoque não é passar conteúdo e sim propiciar o desenvolvimento de habilidades”, diz.

Por meio da dança e das atividades poliesportivas, as crianças e jovens têm oportunidade de desenvolver habilidades e a coordenação motora, explica o professor de educação física com formação em dança, Edgard Rosa. “A dança também tem o poder de melhorar a autoestima das crianças”, comenta.

Em sua sede, a entidade mantém ainda oficina de costura. O trabalho das duas funcionárias e nove voluntárias é aproveitar os tecidos oriundos de doações na fabricação de peças para serem comercializadas nos bazares, como panos de prato, bolsas, tapetes e toalhas. Além disso, o departamento é responsável pela confecção dos uniformes das crianças, dos funcionários e dos figurinos das apresentações musicais, observa a costureira e figurinista Marisa Vano.

GESTANTES - Outro projeto mantido pela instituição são os cursos destinado às gestantes. Acontecem semestralmente e oferecem orientação de profissionais como agentes de saúde, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros e nutricionistas voluntários. Ao fim da ação, as pessoas que frequentaram pelo menos 80% das aulas ganham enxoval completo de seus bebês.

Projeto social colabora para mudança da comunidade

Ao longo dos 27 anos de atuação, a Instituição Amélia Rodrigues pôde observar, além de contribuir para, a mudança do entorno onde está localizada. Apesar de ainda apresentar problemas sociais, os núcleos habitacionais Tamarutaca, Sacadura Cabral e Palmares, já conta com rede de assistência, comércios próximos e aumento no número de casas urbanizadas.

“Quando começamos, a comunidade era muito carente, as casas eram de papelão”, lembra a presidente da entidade, Terezinha Sardano. A educadora ressalta ainda as mudanças sociais. “Podemos dizer que colocamos vitamina à constituição da criatura. Hoje temos vários exemplos de pessoas que passaram por aqui e estão incluídas na sociedade, fazendo faculdade ou em cargos de chefia em grandes empresas”, diz.

Com oportunidade, fica difícil não sonhar com o futuro e trilhar caminhos para alcançá-lo. O aluno do 1º ano do Ensino Fundamental, Juan Pablo Alves da Silva, 6 anos, por exemplo, dá asas à imaginação quando o assunto é o horizonte. “Quero ser bombeiro porque ele socorre as pessoas, jogador de basquete e campeão mundial em correr na maratona”, revela.

Morador da comunidade carente da Vila Palmares, ele destaca ser frequentador da Instituição Amélia Rodrigues desde bebê, do mesmo modo que a irmã, hoje com 12 anos. “Aqui a gente pode aprender muitas coisas novas que nem mesmo nossos pais podem nos ensinar”, observa.

No caso de Bianca Alves Soares, 6, a meta é se tornar cabeleireira, já que gosta de pentear o cabelo das bonecas. Para ela, as aulas de dança foram fundamentais para perder a timidez e fazer amigos. “Também gosto de brincar no pula-pula e desenhar”, conta.

Meta é dar continuidade ao trabalho com qualidade

A principal meta da instituição assistencial e educacional Amélia Rodrigues hoje é dar prosseguimento ao trabalho desempenhado em favor do próximo com qualidade. Isso porque, segundo a presidente da entidade, Terezinha Sardano, são relativamente poucos os indivíduos que não aproveitam as oportunidades, quando associadas à educação e participação da família.

Embora não feche no vermelho, o orçamento da instituição é apertado. Para dar conta do gasto mensal de cerca de R$ 130 mil, a entidade conta com a colaboração da Prefeitura por meio de dois convênios – os repasses suprem 50% das despesas. Além disso, a instituição mantém o projeto Investidor Social, que envolve cerca de 70 empresas da região. Neste caso, as contribuições respondem por 20% dos custos. O orçamento é complementado com o auxílio de sócios-contribuintes, doações e arrecadações oriundas de bazares e eventos.

Além dos 52 funcionários, a entidade assistencial mantém 40 voluntários para as atividades do dia a dia. “Temos que ressaltar a importância das parcerias e do apoio da comunidade. Sozinhos não teríamos feito nada”, ressalta Terezinha.
 




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