Desde o dia em que o migrante baiano João Bá, praticamente “perdido” em São Paulo, se inscreveu em um concurso de poesias, até hoje, passaram-se 50 anos. Entre um acontecimento e outro, o artista de 70 anos virou um dos nomes mais queridos na música regional, do sertão. Gravou cerca de 200 músicas de sua autoria, fez parceiros do calibre de Hermeto Pascoal e Almir Sater e, para celebrar esta verdadeira saga musical, lança João Bá – 50 Anos de Carreira, o primeiro álbum a sair remasterizado do estúdio do Imes (Centro Universitário Municipal de Ensino Superior) de São Caetano.

As músicas do disco foram escolhidas com passionalidade. João Bá pinçou de seu repertório as que mais lhe tocam o coração e que, de alguma forma, brindam a colaboração de amigos importantes. “Chamo esses todos de pedras de rumo”, afirma.

A faixa Mico Leão Dourado (com Hermeto) tem por trás uma das histórias mais curiosas. Diz João Bá que, às vésperas do aniversário de 52 anos do amigo – o qual conhece há mais de 40 – foi convidado a escrever algo para ser dito durante a festa: “No dia anterior, tinha ido ao Parque da Juréia e lá vi um casal de micos-leões-dourados. Durante a madrugada, revi essa imagem e tomei um susto. O macho era o próprio Hermeto, atolado em seu piano! (risos)”. O amigo gostou tanto da homenagem que tratou de acrescentar música aos versos e de gravá-la.

Mas há muito mais gente nesse disco comemorativo. Por exemplo: Almir Sater, Heraldo do Monte, Gereba, Carlinhos Brown, Oswaldinho do Acordeon, Toninho Carrasqueira, Dinho Nascimento, Mauro Senise, Diana Pequeno, Marlui Miranda e Elifas Andreato (que assina o projeto gráfico). Todos reverenciam a natureza, a linguagem musical do sertão e, é claro, o músico e a pessoa João Bá.

Seu próximo show, também comemorativo, será no dia 17 de novembro no Sesc Pompéia, em São Paulo. O disco estará disponível para venda no local.