Aliados do PT, entre eles sindicatos, partidos políticos e movimentos sociais, preparam ato no Paço de Santo André na sexta-feira em apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Com expectativa de reunir pelo menos 5.000 pessoas, os organizadores da manifestação têm como mote principal a defesa da democracia e contra o impeachment da petista, a exemplo da atividade realizada na Capital, na última quinta-feira. Esse é o pano de fundo. Os adeptos vão aproveitar o evento para ofensiva contra adversários eleitorais do município como forma de mostrar suporte à administração do prefeito Carlos Grana (PT).

Nas manifestações do dia 16, o Paço foi palco de protestos populares. Na ocasião, entre munícipes, figuras da oposição utilizaram o espaço e protagonizaram ataques a integrantes da gestão municipal. Em contrapartida, na reunião ontem com Grana, os líderes do movimento pró-PT evitaram dar conotação de rebater o ato da semana passada. Contudo, a maioria indicou incômodo com a situação. Presidente do PDT, o sindicalista Sivaldo Pereira, o Espirro, afirmou que houve “certo oportunismo” na atividade. “Muitas pessoas usaram aquele momento pensando apenas no umbigo”, mencionou, em referência a nomes que podem entrar na disputa eleitoral de 2016.

Convidado oficialmente ontem durante o encontro, Grana ratificou presença no evento. O prefeito ponderou que, embora o recente ato tenha sido “levado de maneira legítima pessoas de boa-fé”, começou a ficar com fundo de partidarização. “Mostrou que há algum interesse político-partidário por trás desta manifestação, em particular. Faz com que o movimento venha a perder credibilidade. De fato não é questão de conjuntura nacional e sim inicia a ter conotação partidarizada”, disse, negando desconforto com o caso. “ A cidade tem suas opiniões e não apenas uma única, por isso confirmei participação.”

Grana acrescentou que Santo André “não pode se deixar contaminar” pelo momento de intolerância. “Acredito que faltava iniciativa como essa aqui (no Grande ABC)”, citou o petista. “Assim mais posicionamentos são colocados dentro do atual cenário político no País”, concluiu. O chefe do Executivo falou que estenderá convite a demais prefeitos da região. Coordenador regional da Força Sindical, José Braz da Silva, o Fofão (PDT), disse que a “nata do sindicalismo” tem por obrigação dar o pontapé no “fortalecimento da democracia”.

Presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, o secretário do Trabalho andreense, Cícero Martinha (PDT), alegou que, ao seu entender, “não é rebater”, mas se trata de movimento de “ação e contra-ação”. “Momento democrático é importante de cada setor mostrar o que quer, e o que busca. Não dá para mensurar a proposta de outras pessoas. Nós queremos levantar a bandeira dos direitos conquistados, das garantias sociais, respeito.”