O relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse nesta terça-feira que a confirmação dos saques realizados em contas da Skymaster por dois funcionários da empresa reforçam a hipótese de que haja caixa dois para financiar esquemas de corrupção, como o pagamento de propinas para vencer licitações.

Para Serraglio, as declarações feitas nesta terça pelo chefe do setor financeiro da Skymaster, Reginaldo Reges Menezes Fernandes, e pelo motorista Éder Jouber Ribeiro Cabo Verde ratificaram conclusões da CPMI embasadas em provas documentais. Fernandes confirmou o saque de cerca de R$ 4,3 milhões das contas da empresa. Desse total, R$ 1,3 milhão foram sacados por ele e o restante pelo motorista.

A quantia, segundo Fernandes, teria sido destinada a pagamentos de salários e de fornecedores. Ele não soube informar, no entanto, o nome de nenhum funcionário que recebesse salário em dinheiro e citou apenas a empresa Force Field, sediada nas Ilhas Virgens e vinculada à própria Skymaster, como fornecedor que recebia em dinheiro.

De acordo com o relator, a CPMI também suspeita que a Skymaster seja a verdadeira proprietária de aeronaves formalmente arrendadas. A operação, segundo Serraglio, pode ocultar um esquema de remessas ilegais de dinheiro para o exterior e de desvio de recursos da empresa para seus sócios.