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Valdemar cita autonomia, mas crava apoio a Garcia

Em agenda em Sto.André, mandatário do PL adiantou que estará na órbita do PSDB ao Estado

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
14/08/2021 | 00:20
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José Cruz/Agência Brasil


Presidente nacional do PL e ex-deputado federal, Valdemar Costa Neto apontou que a nova executiva do PL em Santo André, nas mãos do grupo do vice-prefeito Luiz Zacarias (ex-PTB), terá autonomia para decisão sobre o processo eleitoral de 2022, mas cravou que a legenda estará no arco de apoio à potencial candidatura do vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia (PSDB), ao governo de São Paulo, na sucessão de João Doria (PSDB).

“Estamos fechados com o PSDB em São Paulo, vamos apoiar o Rodrigo Garcia. Agora, aqui (em Santo André), nosso pessoal tem autonomia para resolver a vida (partidária). O caminho que o Zacarias escolher vai ter apoio do partido”, disse Valdemar, depois de abonar a ficha de filiação do número dois do Paço andreense. Em que pese Garcia carregue adesão de Doria e de boa parte da cúpula do tucanato, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) nutre intenção de colocar seu nome na disputa em eventual prévia interna – aliados de Alckmin articulam, contudo, que a candidatura seja concretizada por outra agremiação.

Sobre a concorrência presidencial, Valdemar avaliou que a polarização entre o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá dominar o cenário até as urnas, desconsiderando a viabilidade da formação de outra via eleitoral. “Não tem saída, não haverá terceira via. Os dois têm muita carisma. Vai ser uma guerra.” Apontado como integrante do centrão, o PL compõe o governo Bolsonaro, inclusive com quadros no alto escalão, só que também deu suporte a Lula em seus dois mandatos – o vice do petista, José Alencar, fazia parte das fileiras do PL, ex-PR.

Apesar de o PL compor o governo federal, o ex-deputado evitou adiantar se a sigla se manterá com Bolsonaro em 2022, admitindo que figuras do PT têm dialogado em torno de novo suporte à empreitada de Lula. “Hoje fazemos parte do governo Bolsonaro, mas não temos compromisso ao ano que vem. O pessoal do PT tem conversado comigo sempre, só que agora não adianta conversarmos, estamos dentro do governo. Temos que dialogar no ano que vem.”

O ato de regresso de Zacarias, no horário do almoço, contou com a presença de caciques e forças da legenda na região, a exemplo do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi, e do deputado estadual Thiago Auricchio, bem como do ex-chefe do Executivo de São Caetano José Auricchio Júnior (PSDB). “Zacarias é ícone da política no Grande ABC. A perfomance que ele sempre alcançou é fenomenal. Sobre candidatura a deputado, se ele fizer essa opção, é fortíssimo nome”, afirmou Volpi. O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), sob alegação de compromissos na agenda, não compareceu ao evento em restaurante da cidade. O tucano recepcionou as lideranças do PL em seu gabinete pela manhã.

Zacarias reiterou que o PL deu liberdade para trabalho na cidade. Frisou “ligação muito forte” com Paulo Serra ao mencionar que as discussões sobre eventuais candidaturas irão passar pelo grupo político. “Vamos construir isso junto. Projetos futuros dependem de ampla discussão em nível municipal. São vários candidatos pretendentes, pessoas ligadas a nós, que temos respeito”, pontuou o vice-prefeito.

NOVA CASA
A nova comissão executiva do PL tem Viviane Cardoso dos Santos na presidência e a ex-vice-prefeita Dinah Zekcer no posto de vice-presidente. Zacarias aparece como vogal.

Não concordei como o PTB tratou o Campos, diz Zacarias

Vice-prefeito de Santo André e de volta às fileiras do PL, Luiz Zacarias disse que a saída do PTB também teve como motivo o tratamento feito pelo presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, ao deputado estadual Campos Machado, que por décadas dirigiu o PTB em São Paulo e foi colocado para fora da legenda – hoje Campos está no Avante.

“Tive bons momentos no PTB, em especial pela parceria com o Campos Machado, que sempre foi um grande líder. Foi por meio deste colegiado que fui vereador e fui indicado para ser vice-prefeito de Santo André por duas vezes. Não concordei com o que fizeram com o Campos”, discorreu.

Jefferson – que ontem foi preso por autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) – conduziu o PTB para o núcleo de aliados do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). “Quiseram, inclusive, impor de uma hora para outra que o partido não poderia apoiar o PSDB. Como fazem isso sem consultar a realidade municipal?”, indagou Zacarias.

O episódio de veto a diversas alianças costuradas por Campos Machado nas eleições municipais do ano passado foi estopim para que o decano da Assembleia Legislativa migrasse de partido. O dirigente esperava que Zacarias o acompanhasse na ida ao Avante, o que não ocorreu. “A lealdade é uma característica que todo político deveria ter. É a cicatriz da alma do político. Estou decepcionado porque pensei que ele fosse um político leal”, disse Campos.




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