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Preço do gás de cozinha fica mais caro a partir de hoje

Petrobras reajusta valor do botijão em R$ 0,26 nas refinarias; para consumidor, aumento deverá ser de R$ 1

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
05/02/2019 | 07:15
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Pedro Ventura/ Agência Brasília/Fotos Públicas


A partir de hoje, o consumidor vai desembolsar mais pelo botijão de gás – que custa média de R$ 72,74 na região, ou seja, 7,28% do salário mínimo, atualmente em R$ 998. O reajuste, praticado pela Petrobras no GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) de uso residencial, implicará aumento de 1%, ou R$ 0,26, nas refinarias. Porém, ele pode chegar até os pontos de venda custando R$ 1 a mais.

A estimativa é da ASMIRG-BR (Associação Brasileira dos Revendedores de GLP) e, segundo o presidente da entidade, Alexandre Jose Borjaili, é válido em todo o território nacional. “O aumento da Petrobras foi de R$ 0,26. Como esse repasse será feito e qual valor será repassado depende de cada uma (das distribuidoras) de acordo com seus custos. Estimamos aumento em R$ 1.”

Os reajustes no preço do GLP doméstico são feitos trimestralmente. O último, que ficou em 8,53%, foi registrado em 6 de novembro de 2018.

No Grande ABC, a média do botijão de gás hoje é de R$ 72,74, o que representa R$ 4,70 a mais do que a de novembro do ano passado, quando custava R$ 68,04. Segundo levantamento do Diário feito com base nos dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o valor do botijão pode oscilar entre R$ 62, em Santo André, e chegar a R$ 90 em São Caetano.

Comerciante da região que preferiu não se identificar afirmou que as distribuidoras, muitas vezes, nem sempre repassam as alterações à revenda. “Cada uma tem o seu preço. O reajuste da Petrobras é repassado quando aumenta, mas quando há alguma redução, recebemos comunicado de que não será aplicada, porque é necessário amortizar as perdas. Estamos trabalhando com margem cada vez menor e, muitas vezes, não repassamos isso, porque se o consumidor vem e encontra o botijão R$ 5 mais caro, isso já vai impactar no orçamento dele”, desabafou.

Segundo Borjaili, a denúncia de prática abusiva é uma realidade, e quando questionadas, as distribuidoras e a Petrobras sempre lançam mão do discurso de que o preço dos combustíveis é livre. Ele afirmou que associação vai oficializar denúncia pela prática abusiva dos preços da Petrobras. “O gás de cozinha já ultrapassou em R$ 5 o preço do mercado internacional. A Petrobras se beneficia por deter, de fato, o monopólio do setor, e usa de extorsão com o povo brasileiro”, disse.

O Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo) informou que as empresas distribuidoras foram comunicadas na tarde de ontem sobre o reajuste, que deve oscilar entre 0,5% e 1,4%, de acordo com o polo de suprimento.

Questionada sobre o assunto, a Petrobras informou que, com o reajuste no preço de venda, na média nacional e sem tributos, o valor nas refinarias será de R$ 25,33 para o botijão de 13 quilos. A desvalorização do real frente ao dólar foi justificado como o principal fator para a alta. Segundo a estatal, os ajustes permitem “suavizar os impactos derivados da transferência da volatilidade externa para os preços domésticos”, informou, em nota. A Petrobras também reforçou que não é responsável pelo preço final do botijão de gás ao consumidor. 




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