Política Titulo Após polêmica
FUABC corta diretores que recebem supersalários

Entidade exonerou quatro servidores que ganhavam
R$ 23,3 mil; mais dois deverão ser dispensados hoje

Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
20/04/2017 | 07:00
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


Depois de polêmica, a FUABC (Fundação do ABC) demitiu quatro dos oito diretores comissionados, que ganhavam R$ 23,3 mil, salário que supera a remuneração de cinco dos sete prefeitos do Grande ABC e até a do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de R$ 21,6 mil. Outros dois servidores apadrinhados que também recebem supersalários devem ser dispensados nos próximos dias.

Na lista dos exonerados estão os responsáveis pelas diretorias de auditoria, de comunicação, de TI (Tecnologia da Informação) e de RH (Recursos Humanos). O Diário apurou que os chefes dos setores financeiro e administrativo podem cair hoje, restando apenas os diretores jurídico, de qualidade e da central de convênios – a última, nas mãos de Aroldo da Costa Saraiva, que ganha R$ 16,4 mil e assumiu a vaga no fim de março.

As baixas acontecem pouco mais de um mês depois de o Diário revelar que o contracheque de diretores superava o subsídio pago aos prefeitos José Auricchio Júnior (PSDB, São Caetano, que ganha R$ 20 mil), Lauro Michels (PV, Diadema, R$ 19.440,47), Atila Jacomussi (PSB, Mauá, R$ 18.576,09), Adler Kiko Teixeira (PSB, Ribeirão Pires, R$ 20.042,34) e Gabriel Maranhão (PSDB, Rio Grande da Serra, R$ 15.033,87) e o do próprio governador do Estado mais rico do País. A decisão de demitir os diretores foi política e teve a adesão dos três chefes dos Paços que mantêm o órgão.

As exonerações indicam início de reforma de cargos e salários na entidade, promessa da atual presidente da FUABC, Maria Bernadette Vianna, embora a instituição evite fornecer a relação completa de servidores e remunerações da entidade, dados que integram a caixa-preta da Fundação.

O Diário apurou que a tendência é que os diretores não sejam substituídos e que os cargos sejam extintos. Se a eliminação dos cargos ocorrer de fato, as demissões vão gerar economia de R$ 140 mil por mês (R$ 1,67 milhão por ano) à FUABC, mantida financeiramente pelas prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano.

Questionada sobre a saída dos diretores, a Fundação se limitou a informar que “está em andamento estudo para reestruturação interna de todos os departamentos”. O órgão se negou a responder indagações do Diário sobre detalhes das exonerações, como os nomes de cada diretor apadrinhado. “O processo de reestruturação está em plena fase de implantação e, dessa forma, ainda não é possível apresentar resultados deste trabalho”, justificou a entidade, por meio de nota.

Com a reestruturação, a gerência de cada setor será alterada e alocada em outros departamentos. A receita da entidade prevista para este ano é de R$ 2,3 bilhões.

REDUÇÃO
Além de enxugar as despesas, a FUABC poderá passar por redução da receita. Ontem, o Diário mostrou que a Prefeitura de Mauá planeja revisar o contrato com a entidade, no intuito de adequar a parceria às “realidades orçamentárias do município”. A entidade chegou a notificar o Paço mauaense a pagar dívidas, com a possibilidade de rescindir o convênio. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;