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Cinema é programa garantido na região
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
12/10/2005 | 07:39
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A ocasião faz a programação. De vela içada para aproveitar a semana do Dia das Crianças, os cinemas da região e da capital oferecem uma quantidade satisfatória de filmes com censura livre ou, na pior das hipóteses, com classificação etária estabelecida entre 10 e 14 anos – neste caso, mediante acompanhamento dos pais, cai para 12 anos. Somente entre as estréias de sexta-feira passada há três opções que já contemplam guris e gurias entre seu público-alvo: a animação Wallace & Gromit – A Batalha dos Vegetais, Os Irmãos Grimm e Superescola de Heróis.

Dos três, o mais divertido, sem dúvida, é Wallace & Gromit. Menos divertido foi o destino de praticamente todos os bonecos e cenários de massinha utilizados para a animação: foram destruídos durante um incêndio, na manhã de segunda-feira, no depósito dos estúdios Aardman, produtora do filme, na Inglaterra.

Apesar de trágico, o fim dos fatores não altera o produto. Wallace & Gromit, dirigido por Nick Park e Steve Box, narra as aventuras dos personagens-título, um cão e seu dono, para impedir que uma peste provoque a devastação completa da safra em seu vilarejo, às vésperas de um concurso que premia os maiores vegetais do pedaço. Humor na medida certa, tão inofensivo quanto funcional, a exemplo de A Fuga das Galinhas, longa anterior da Aardman.

Os Irmãos Grimm injeta adrenalina na biografia dos folcloristas alemães Will e Jacob Grimm, famosos difusores dos contos de fada, que ora se vêem enredados com uma trama que envolve o desaparecimento de crianças e uma vilã cuja vaidade faria Narciso sentir-se um riponga. Superescola de Heróis, de Mike Mitchell, entra em sintonia com a recente onda de filmes protagonizados por super-heróis e configura-se numa tentativa de ironia desse universo, ao exibir uma família de sujeitos superpoderosos que matricula o filho em uma escola freqüentada por candidatos a heróis. Uma mistura de X-Men com Os Incríveis.

Para quem sofre de alergia a filas, características a filmes recém-lançados, pode tangenciar as estréias e conduzir os filhos a atrações que permanecem em cartaz. Destas, destaque para A Fantástica Fábrica de Chocolate, reinterpretação de Tim Burton para o filme de 1971, com Johnny Depp no papel de Willy Wonka, industrial que abre as portas de sua fábrica de doces depois de anos encerrado nela. À parte a afeição nostálgica ao clássico, Burton opera, em relação ao original, uma pequena goleada em seu remake.

Ainda no segmento filme-família, há a aventura zoológica Deu Zebra, a animação O Castelo Animado (de Hideo Miyazaki, diretor de A Viagem de Chihiro) e A Feiticeira, com Nicole Kidman e Will Ferrell na repaginação comandada pela diretora Nora Ephron do seriado dos anos 60. Para os mais sensíveis, 2 Filhos de Francisco, versão em película de Breno Silveira para a infância da dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano. Irresistivelmente emocionante, não importa a idade.



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