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Fusão de Saned com Sabesp, Caed abrirá em 2012
Por Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
31/10/2011 | 07:00
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A Companhia de Água e Esgoto de Diadema, empresa fruto da fusão da Saned com a Sabesp, entrará em funcionamento somente em 2012. A Caed deveria ter sido inaugurada neste mês, segundo previsão inicial da Prefeitura. Porém, nem mesmo o estatuto da autarquia foi finalizado.

"A previsão inicial estava equivocada. A companhia deve abrir no meio de janeiro, depois que encerrarmos o estatuto", comentou o secretário de Assuntos Jurídicos de Diadema, Airton Germano, que tem liderado as discussões legais para a implementação da empresa. O documento serve para definir diretrizes da Caed, como estruturação administrativa e finalidade.

Com dívida de R$ 685 milhões e sob risco de a Saned ser absorvida pela Sabesp para quitar parte do passivo, a Prefeitura encaminhou o projeto de fusão entre as autarquias para tentar, pelo menos, manter metade do controle da companhia responsável pelo fornecimento de água e coleta de esgoto da cidade.

A Caed será gerida também pelo governo do Estado, que deverá nomear integrantes do PSDB - principal rival do PT, do prefeito Mário Reali - para cargos de alto escalão na empresa. Até por isso, a nomeação do superintendente está guardada a sete chaves pelo chefe do Executivo. Reali já disse em entrevistas que a atual diretora-presidente da Saned, Neuceli Bonafé Boccato, seria candidata natural ao posto, mas não descartou rever a postura.

"A nomeação será a última coisa que vamos fazer. Se falamos o nome agora, abre-se espaço para especulações desnecessárias dentro de uma autarquia recém-criada", avaliou Germano.

O passivo de R$ 685 milhões não será quitado integralmente pela fusão. O projeto prevê amortização de 75% do montante, deixando sobra de R$ 175 milhões a ser paga pela Prefeitura - o valor será fracionado em 30 anos. Durante as negociações com o governo estadual, Reali tentou zerar o débito ao ceder metade da companhia ao Estado, mas o ex-governador José Serra (PSDB) se mostrou irredutível.

Apesar da aprovação da proposta e sanção do prefeito para a criação da Caed, a Saned ainda continuará atuando na cidade por mais dois anos. A estimativa do governo é que a autarquia se mantenha aberta com o objetivo de capitalizar recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal, que já foram destinados para Diadema.

A principal obra financiada com recursos do PAC é a construção do coletor-tronco Curral Grande, em obras desde 2008 na região do Corredor ABD. O investimento federal está estimado em R$ 6 milhões. A intervenção era para ser entregue em maio do ano passado, porém, até agora não foi concluída.

Criada em 1994 pelo ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), a Saned será enxugada. Atualmente trabalha com 300 funcionários. Após implementação da Caed, deverá contar com cinco servidores, que irão gerir os contratos fechados pelo PAC.




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